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A versão sedã sempre teve uma função “nobre” dentro da linha do novo Ford Fiesta. Ele abriu caminho por aqui para a nova geração, ainda em 2010, como compacto premium. Não só era bem completo como trazia equipamentos e recursos inéditos entre carros pequenos. Comercialmente, ele agora faz um papel de coadjuvante para o hatch. Inclusive porque só é oferecido em duas versões bem completas e apenas com com o motor mais potente da linha, 1.6 litro. A configuração, ainda trazida do México, beira os R$ 60 mil na versão topo Titanium com câmbio automatizado. Com câmbio manual, fica por R$ 55.490. Os valores elevados explicam o desempenho no mercado, que emplaca cerca de 1.200 carros por mês – 40%, ou 500 unidades, com transmissão manual. 

Sob o capô, o motor 1.6 litro foi atualizado para a linha 2013 e desenvolve bons 130 cv a 6.500 rpm. O torque chega a 16,2 kgfm a elevadas 5 mil rotações. O conjunto é suficiente para levar o sedã de zero a 100 km/h em 12 segundos e à velocidade máxima de 190 km/h. O propulsor, da família Sigma, é moderno, ganhou comando variável de válvulas na admissão e no escape e é acoplado a um câmbio manual de cinco marchas – a transmissão automatizada de dupla embreagem e seis velocidades é opcional.

A versão Titanium traz de série itens importantes como ar-condicionado automático, trio elétrico, sete airbags – que incluem um para o joelho do motorista – e ainda controles de estabilidade e tração, com direito a assistente de partida em rampas. Há também revestimento interno em couro, sensores crepuscular e de chuva e controlador de velocidade de cruzeiro. O sistema multimídia Sync aceita comandos por voz, mas tem suas informações dispostas numa pequena tela no alto do painel, na contra-mão da concorrência, que já aposta em displays maiores e sensíveis ao toque.

A reestilização promovida no meio do ano fez bem ao Fiesta sedã. A frente com a grade trapezoidal e filetes cromados deu mais elegância e esportividade ao conjunto. A linha de cintura alta é destaque, que termina num terceiro volume discreto e harmônico com o restante do conjunto. A inspiração nos sedãs maiores da marca – como o Fusion – é óbvia e não cai nada mal. Certamente, o visual e o pacote de equipamentos do New Fiesta sedã Titanium são seus maiores atrativos, ainda que tenham uma etiqueta de preço relativamente elevada.

Ford New Fiesta Titanium Sedan
Ford New Fiesta Titanium Sedan / Créditos: Reprodução

Ponto a ponto

Desempenho – O motor com 130 cv e 16,2 kgfm de torque a 5 mil rpm parece não se esforçar muito para mover o Fiesta sedã. O trem de força passa bastante leveza e agilidade em qualquer situação. As arrancadas são decididas e o modelo inspira confiança para ultrapassagens. O câmbio tem engates precisos, escalonamento correto e é bem harmonizado com o propulsor. Nota 8.

Estabilidade – O Fiesta é uma das referências em comportamento dinâmico no segmento. O carro é bastante comunicativo e seguro. A suspensão firme controla o carro nas curvas com precisão, enquanto a direção direta dá precisão na trajetória. Mudanças de curso podem ser feitas com rapidez e, mesmo em velocidades mais altas, o sedã passa segurança. É um carro bem assentado e divertido de dirigir, principalmente em uma estrada sinuosa. Nota 9.

Interatividade – O sistema Sync é o maior destaque do interior do Fiesta. Ele conjuga as diversas mídias suportadas pelo aparelho numa pequena tela no alto do painel. No entanto, ela tem visualização um tanto difícil e demanda tempo para se assimilar todos os comandos – que ainda possam ser acionados por voz. O rádio é lotado de botões, numa disposição que imita telefones celulares antigos – o que confunde num primeiro contato. Ao menos, após ter tudo configurado, o acesso às funções é simplificado pelos comandos no volante. Nota 8.

Consumo – Segundo o InMetro, o Ford Fiesta sedã Titanium 1.6 com câmbio manual conseguiu médias de 8,0 e 11,2 km/l na cidade e 9,7 e 14,1  km/l na estrada, com etanol e gasolina. As notas foram A na categoria e B no cômputo geral. Nota 8.

Conforto – O maior problema do Fiesta é o espaço limitado. Os bancos são confortáveis, com espuma macia, mas quem viaja atrás sofre a falta de espaço para pernas e cabeça. Um terceiro ocupante no banco traseiro demanda intimidade entre os passageiros. Ao menos, o isolamento acústico deixa de fora ruídos de motor e rua na maior parte do tempo. Nota 7.

Interior do New Fiesta Sedan
Interior do New Fiesta Sedan / Créditos: Reprodução

Tecnologia – A lista de equipamentos do Fiesta Titanium inclui itens interessantes como airbags frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista. Além deles, freios ABS e controle de estabilidade – e até assistente de partida em rampas – também estão presentes. A plataforma ainda é recente, de 2008, inaugurada pelo Fiesta hatch europeu e permite o uso de motores turbo de baixa cilindrada. Ainda há opção por um câmbio automatizado de dupla embreagem. Por dentro, o sistema Sync e o ar-condicionado automático são destaques. Nota 9.

Habitabilidade – As portas grandes têm bom ângulo de abertura e facilitam o entra e sai da cabine, penalizada apenas pela baixa altura. O porta-malas leva bons 465 litros e há nichos destinados à colocação de objetos de uso rápido espalhados pelo interior. Nota 8.

Acabamento – A finalização do interior condiz com o segmento e é boa. A Ford usou materiais emborrachados no revestimento de painel e portas do sedã, que são agradáveis ao toque. Os plásticos são de qualidade, enquanto os encaixes são precisos. Nada faz barulho e passa a impressão de robustez. Nota 8.

Design – O visual é um dos pontos fortes do sedã. O perfil esportivo, com linha de cintura alta, frente em cunha e traseira elevada dá ao Fiesta um resultado muito interessante. A dianteira ganhou com a grade trapezoidal – que remete aos esportivos ingleses da Aston Martin. A impressão é de estar diante de um “mini-Fusion”. Nota 8.

Custo/benefício – A Ford pede R$ 55.490 pelo Fiesta Titanium sedã com câmbio manual. O valor é alto, mas paga um produto atual, com fartura de equipamentos de segurança e comodidade. Além disso, ainda é menor que os R$ 56.470 cobrados por um Honda City Sport – a única variante mais completa com câmbio manual do sedã japonês e que não traz itens como airbags laterais e de cortina presentes no Ford. Um Hyundai HB20S Premium custa menos, R$ 49.595, mas também traz menos equipamentos. Nota 5.

Total – O Ford Fiesta Titanium 1.6 sedã somou 78 pontos em 100 possíveis.

Traseira do New Fiesta Sedan
Traseira do New Fiesta Sedan / Créditos: Reprodução

Impressões ao dirigir

O Fiesta é um carro aconchegante. O console central elevado e todos os comandos de som e ar-condicionado bem à mão fazem o motorista ter de se movimentar pouco para acioná-los. Mas as dimensões pouco exuberantes da cabine acentuam a sensação de “casulo”. O acabamento geral é bom, com montagem sem falhas e com direito a material emborrachado no alto do painel e portas – além de plástico preto brilhante na parte central do console. A posição de dirigir é das melhores, com alavanca de câmbio mais alta e próxima ao volante, que facilita nas trocas.

O motor 1.6 dá conta de empurrar o sedã compacto com disposição. Os bons 16,2 kgfm só aparecem a elevados 5 mil giros, mas o torque é bem distribuído pela escala do conta-giros e o Fiesta só parece um pouco “apagado” abaixo de 2 mil rotações. O câmbio manual tem engates precisos e escalonamento curto, o que dá agilidade aos 1.199 kg do modelo. O funcionamento do propulsor é suave, embora a embreagem seja um tanto pesada e canse no trânsito pesado.

As melhores qualidades do “sedãzinho” aparecem quando ele encara uma breve sequência de curvas. O acerto dinâmico é muito bom e o Fiesta mostra a que veio. As transferências de peso são bem controladas e o motorista tem total noção do que se passa sob as rodas dianteiras. A direção precisa e direta contribui para um comportamento bastante neutro e previsível. A potência do motor está na medida certa para o conjunto, que, mesmo sob algum abuso, mantém a compostura e transmite sempre segurança.

Ficha técnica

Ford New Fiesta Titanium sedã 1.6 16V

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.597 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e duplo comando de válvulas variável. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Potência máxima: 125/130 cv com gasolina/etanol a 6.500 rpm.
Torque máximo: 15,8 kgfm a 4.250 rpm com gasolina e 16,2 kgfm a 5 mil rpm com etanol.
Transmissão manual: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Transmissão automatizada: Câmbio com dupla embreagem com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Aceleração 0–100 km/h: 12 segundos.
Velocidade máxima: 190 km/h.
Diâmetro e curso: 79,0 mm X 81,4 mm. Taxa de compressão: 12,0:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira semi-independente por eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Oferece controle de estabilidade.
Peso: 1.199 kg.
Pneus: 195/50 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,40 metros de comprimento, 1,72 m de largura, 1,47 m de altura e 2,48 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista.
Capacidade do porta-malas: 465 litros.
Tanque de combustível: 51 litros.
Produção: Hermosillo, México.
Itens de série: Airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS, direção elétrica, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, ar-condicionado digital, rádio com comandos de voz em português e trio elétrico, revestimento em couro, rodas de liga leve de 16 polegadas, sensor de chuva, luminosidade e estacionamento traseiro e controlador de velocidade de cruzeiro. Opcional: Pintura metálica.
Preço: R$ 55.490.

Motorização do New Fiesta Sedan
Motorização do New Fiesta Sedan / Créditos: Reprodução


Autor: Igor Macário (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias