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A Hyundai conseguiu um grande “hit” com a linha HB20. Não só com o pioneiro hatch, mas também com a ampliação da gama. Em março de 2013 a marca sul-coreana lançou a variante sedã, chamada de o HB20S. O modelo logo extrapolou o vaticínio dos executivos da marca, que previram 3.500 carros/mês, e chegou logo à casa das 4 mil unidades mensais. Não é tanto quanto os principais modelos do mercado – Fiat Grand Siena, Chevrolet Prisma e Volkswagen Voyage –, mas é quanto a fábrica de Piracicaba consegue produzir. Mas, por outro lado, seu preço elevado faz pensar que talvez não emplacasse um volume maior, mesmo se houvesse folga na produção. O modelo com motor 1.0 litro tem duas versões de acabamento. A mais barata, Comfort Plus, começa em R$ 40.630. A outra, Comfort Style, sai das concessionárias por R$ 43.380. As configurações com motor 1.6 litro partem dos R$ 45.840.

Mesmo os HB20S mais baratos são animados por um moderno 1.0 litro de três cilindros. Ele produz 80 cv a 6.200 rpm e 10,2 kgfm de torque a relativamente elevadas 4.500 rotações. A força é enviada às rodas dianteiras sempre por uma transmissão manual de cinco velocidades. Esse propulsor é da linhagem Kappa II da Hyundai, que incorpora sistemas como cabeçote multiválvulas com comando variável, que otimiza o rendimento. O três cilindros é usado pelo HB20 hatch e pelo Kia Picanto – onde também pode ser acoplado a um câmbio automático de quatro marchas. No sedã, o conjunto é suficiente para levar o carro de zero a 100 km/h em modestos 14,9 segundos e à velocidade máxima de 162 km/h.

O alto preço que a Hyundai cobra pelo sedãzinho se converte em uma boa lista de equipamentos. Ela inclui ar-condicionado, direção assistida, trio elétrico e sistema de som de série. De fora ficam itens como rodas de liga-leve, faróis de neblina, volante com regulagem de altura e comandos do som. Estes são exclusivos da Comfort Style. A lista de opcionais se resume à central multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas e GPS integrado. O equipamento custa R$ 2.550. Itens como airbags laterais e de cortina, controle de estabilidade, leds diurnos ou teto solar não são oferecidos no HB20S. 

Por fora, é clara a familiaridade com o hatch, embora a traseira volumosa dê uma personalidade distinta ao modelo. Os traços até são elaborados, com vincos na lateral que seguem até o fim do carro, mas o perfil fica ligeiramente desproporcional por causa da linha de cintura elevada e ascendente. A frente é igual à do dois volumes, com os faróis puxados até quase a coluna dianteira e vincos bem pronunciados. Há muitas referências aos modelos maiores da Hyundai, ainda que o sedã compacto não seja tão “modernoso” quanto um Elantra ou um Sonata.

Com o HB20S, a Hyundai se colocou bem em um mercado disputado. O preço do 1.0 Comfort Style é alto, principalmente quando equipado com o sistema multimídia. Os R$ 45.930 pedidos parecem demais para um sedã compacto com motor de 1.0 litro, ainda que ele seja relativamente bem fornido de equipamentos. Quando dotado de um conjunto semelhante, um Volkswagen Voyage bate nos R$ 42.500 – parte dos R$ 35 mil, mas precisa de vários pacotes opcionais para chegar ao nível do Hyundai. Enquanto isso, a Chevrolet pede R$ 42.115 por um Prisma LT 1.0, com praticamente os mesmos itens do compacto da marca coreana. Já a Fiat joga o Grand Siena em um patamar ligeiramente superior – junto com Chevrolet Cobalt e novo Fiesta Sedã, que têm dimensões e motores maiores –, mas que configurado como o HB20S, chega a semelhantes R$ 45 mil. Essa briga é outra a ser travada pelos emblemas estampados na grade de cada um.

Traseira do HB20S

Ponto a ponto

Desempenho – O pequeno 1.0 litro de três cilindros rende 80 cv e 10,2 kgfm de força. São números modestos, mas o baixo peso – apenas 1.014 kg – ajuda a formar um conjunto surpreendentemente esperto e disposto. O câmbio manual de cinco marchas contribui com engates fáceis e precisos, além de ter escalonamento ajustado ao ímpeto do tricilíndrico. Poucas vezes nota-se falta de fôlego no sedã. O motor ainda emite um interessante e característico “ronco”. Nota 8.

Estabilidade – O HB20S tem um comportamento bastante equilibrado. A suspensão segura bem o sedãzinho nas curvas e os pneus 175/70, em rodas de 14 polegadas, são bem adequados à proposta e potencial do carro. No entanto, a direção é um tanto leve em velocidades mais altas e desestimula uma condução mais vigorosa. Ainda assim, o acerto firme de molas e amortecedores passa segurança. Nota 7.

Interatividade – Dentro, o HB20S não tem nenhum mistério. Todos os comandos são bem localizados e de fácil manuseio. Não há também uma lista longa de equipamentos para confundir no uso diário. O sistema multimídia é simples e fácil de operar, com ícones grandes e botões físicos que servem de atalho para funções importantes. O comando giratório para o volume ajuda bastante – na versão testada havia ainda botões para o som no volante. O cluster de instrumentos tem boa visualização, com iluminação clara. Nota 8.

Consumo – O InMetro testou o Hyundai HB20S 1.0 e conseguiu média de 7,8 km/l de etanol na cidade e 9,7 km/l na estrada. As marcas conferem ao modelo notas A em sua categoria e B no cômputo geral. Nota 7.

Conforto – O interior do sedã nem é dos mais espaçosos, mas acolhe bem motorista e passageiros. Os bancos são firmes e apoiam o corpo nas curvas, enquanto a suspensão consegue isolar o interior de boa parte dos solavancos – e sem ser demasiadamente macia. Além disso, o isolamento acústico é convincente para um carro da categoria e pouco se ouve motor ou barulhos da rua quando em velocidade de cruzeiro. Nota 8.

Hyundai HB20S 1.0

Tecnologia – O motor é um dos maiores atrativos do HB20S 1.0. O pequeno três cilndros é da linha sul-coreana Kappa – criada em 2008 – e é compartilhado com o hatch e com o Kia Picanto. Ao passar a consumir etanol, o “motorzinho” passou dos 69 cv originais para 80 cv. Além do propulsor, o modelo incorporou uma nova central multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas e GPS embutido. Nota 8.

Habitabilidade – O HB20S é um carro prático. Há diversos porta-objetos espalhados pela cabine, inclusive um mais profundo e com tampa deslizante à frente do câmbio. Os bolsões laterais nas portas cabem garrafas de água e outros objetos. Entrar e sair é fácil em função das portas amplas e com bom vão de abertura. O porta-malas ainda leva ótimos 450 litros. Nota 7.

Acabamento – A Hyundai caprichou no HB20. O modelo não é luxuoso, mas a cabine é bem construída e tem materiais de qualidade. O encaixe das peças do interior é bom e nada faz barulho, mesmo ao trafegar por pisos ruins. Botões e alavancas dão sensação de robustez. Os bancos têm costuras firmes e são revestidos em tecido grosso, capaz de aguentar uso intenso. Nota 8.

Design – Embora bastante atraente, o sedã não conseguiu um resultado estético tão interessante quanto o hatch. A linha de cintura ascendente até adiciona alguma personalidade ao modelinho, mas acaba por supervalorizar a traseira volumosa. As lanternas são horizontalizadas e invadem a tampa do porta-malas. Já a frente é idêntica à do hatch, com faróis repuxados e grade em formato trapezoidal, como nos modelos maiores da Hyundai. Nota 7.

Custo/benefício – O HB20S 1.0 tem um conjunto bastante interessante, mas cobra caro por isso. Equipado com o sistema multimídia com tela sensível ao toque, o sedã custa elevados R$ 45.930. O valor o deixa acima de concorrentes como Volkswagen Voyage 1.0 – que equipado a altura encosta nos R$ 42.500 – e Chevrolet Prisma LT, que fica nos R$ 42.115 na configuração que inclui o sistema MyLink. Em todo caso, são preços altos por sedãs oriundos de compactos de entrada e com motor 1.0 litro. A quantia pedida pela Hyundai ainda é suficiente para levar um Fiat Grand Siena Attractive 1.4, maior em tamanho e motorização, com os mesmos equipamentos do HB20S. Nota 5.

Total – O Hyundai HB20S 1.0 Comfort Style somou 73 pontos em 100 possíveis.

Frente do HB20S

Impressões ao dirigir

A ideia de um sedã 1.0, mesmo compacto, não é muito animadora. No entanto, o HB20S quebra esse paradigma logo na primeira acelerada. O três cilindros tem valentia surpreendente e dá ao sedãzinho um desempenho bastante convincente. As acelerações não são vigorosas, mas a maneira como o giro cresce no pequeno 1.0 de três cilindros impressiona pela suavidade e refinamento. Os 10,2 kgfm de torque aparecem apenas a 4.500 rpm, mas mesmo abaixo disso há força suficiente para dar agilidade ao HB20S em trechos urbanos.

O modelo é até bem resolvido visualmente. As linhas “modernosas” seguem a escola dos Hyundai importados e o HB20S se destaca dos concorrentes. O carro tem porte elegante e não parece ter um – nem tão – simplório motor de 1.0 litro sob o capô. A traseira alta destoa um pouco do restante do desenho, que é harmônico. Ele não esconde a origem oriental, mas consegue um conjuntoaté interessante ao vivo.

A cabine é simples, mas bem feita, com comandos fáceis de usar. A central eletrônica BlueNav é uma grata surpresa no interior. O sistema é bem simples, com botões grandes que dão atalho às funções mais importantes do dispositivo. Além disso, a tela é bem responsiva ao toque e descomplica o uso com o carro em movimento. Há espaço para quatro adultos de estatura mediana sem grandes apertos – os maiores não têm problemas de acomodação na frente, mas, nesse caso, quem vai atrás é prejudicado pela redução do vão para as pernas.

Ficha técnica

Hyundai HB20S 1.0 Comfort Style

MotorGasolina e etanol, dianteiro, transversal, 998 cm³, três cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote e comando variável de válvulas na admissão. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial
TransmissãoManual de cinco velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não possui controle de tração
Potência máxima80 cv e 75 cv a 6.200 rpm com etanol e gasolina
Aceleração de 0 a 100 km/h14,9 e 15,9 segundos com etanol e gasolina
Velocidade máxima162 e 157 km/h com etanol e gasolina
Torque máximo10,2 kgfm e 9,4 kgfm a 4.500 rpm com etanol e gasolina
Diâmetro e curso71,0 mm X 84,0 mm
Taxa de compressão12,5:1
SuspensãoDianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores telescópicos pressurizados e barra estabilizadora. Traseira semi-independente por eixo de torção, barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores. Não possui controle de estabilidade
Pneus175/70 R14
FreiosDiscos ventilados na frente e tambores atrás com ABS
CarroceriaSedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,23 metros de comprimento, 1,68 m de largura, 1,47 m de altura e 2,50 m de distância entre-eixos. Airbag duplo frontal de série
Peso1.014 kg
Capacidade do porta-malas450 litros
Tanque de combustível50 litros
ProduçãoPiracicaba, São Paulo
Lançamento no Brasil2013
Itens de sérieAr-condicionado, direção hidráulica, rádio CD/MP3/Bluetooth/USB/Aux com comandos no volante, airbags frontais, freios ABS, vidros, travas e retrovisores elétricos, banco do motorista com regulagem de altura, rodas de liga leve em 14 polegadas
Opcionais Rádio MP3/Bluetooth/Aux com tela sensível ao toque de 7 polegadas e navegador por GPS
Preço básicoR$ 43.380
Preço completoR$ 45.930

Autor: Igor Macário (Auto Press)
Fotos: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias