Transformar um subcompacto em “funcar” foi uma forma de dar um “verniz” emocional a uma opção que a princípio deveria ser racional. O Fiat 500 moderno foi um dos pioneiros nesta conjugação de charme e praticidade. No entanto, a versão esportiva do carrinho, a Abarth, escapa da lógica normal e joga qualquer argumento racional de vez para o espaço. É um carrinho de 1.164 kg empurrado por nada menos que 167 cv. Essa relação peso/potência de 6,79 kg/cv justifica com sobras a denominação “pocket rocket” – foguete de bolso.

Fiat 500 Abarth

O propulsor básico é o mesmo 1.4 16V MultiAir, que rende no 500 Cabrio Automático 105 cv. No Abarth ele ganha turbo de 1,24 bar, filtro de ar de alto fluxo, coletor de escape otimizado de dupla saída, suspensão esportiva e, claro, paramentos que deixam evidente a índole agressiva do carrinho. Há saias laterais, um spoiler avantajado sobre o vidro traseiro e para-choques dianteiro e traseiro mais robustos – que deixaram o modelo 6 cm maior que o 500 “civil”. O brasão do escorpião, símbolo da Abarth, aparece no motor, nas laterais, na frente, na traseira e até no cubo das rodas – que têm aro 16 e vestem um pneu 195/45.

Interior do 500 Abarth

No interior, o brazão vermelho e amarelo do escorpião volta a aparecer no miolo do volante. Mesmo sem esta assinatura, no entanto, não há como confundir o Abarth com os outros 500. O painel é em cristal líquido e traz a velocidade em dígitos. Ao centro, uma reprodução do carrinho de traseira mensura a força G. Nas laterais, dois medidores em barras mostram, à esquerda, um modesto conta-giros, e à direita, apenas para equilibrar visualmente, um exagerado marcador de combustível.

Primeiras impressões da versão esportiva do 500

Os bancos também são esportivos, no estilo concha, com apoio de cabeça integrado. O revestimento é em couro negro com pespontos em vermelho. A não ser pelo tablier, que acompanha a cor externa do modelo, todos os demais plásticos são em preto.

Fiat 500 Abarth

Mas a verdadeira mágica do Abarth acontece sob a carroceira. Os 167 cv do propulsor 1.4 16V MultiAir Turbo são assessorados por um torque de  23 kgfm, que fica a pleno entre 2.500 e 4 mil giros. O gerenciamento é através de um câmbio mecânico de cinco marchas. Ele leva o Abarth da imobilidade até 100 km/h em 6,9 segundos e à máxima de 214 km/h.

Visão lateral do 500 Abarth

Toda esta empolgação é monitorada por controles eletrônicos de tração com transferência de torque entre as rodas e de estabilidade que pode ser configurado para atuar em três níveis: pouco permissivo, permissivo ou muito permissivo – nunca é totalmente desligado. Há ainda uma tecla Sport, que dá a pressão máxima de 1,24 bar ao turbo – em condições normais, fica em 0,8.

Fiat 500 Abarth

O modelo desembarca nas concessionárias, vindo do México, a partir de meados de dezembro, por R$ 79.300. E só irá oferecer dois opcionais: teto solar panorâmico e som Beats. O valor fica próximo ao do DS3, único rival natural do Abarth no Brasil. Apesar de todos os atrativos, a Fiat preferiu ser conservadora nas previsões de vendas: algo em torno de 30 unidades por mês.

Traseira do Fiat 500 Abarth

Primeiras impressões

Bicho de peçonha

Goiânia/GO – O 500 Abarth não perde uma chance para exibir sua personalidade esportiva. Os escorpiões espalhados por todo o carro – são oito do lado de fora e um no volante – fazem muitas promessas. E todas são rigorosamente cumpridas pelo carrinho. Desde o momento em que se vira a chave e se acende o ronco rouco do motor – que ganha um assovio assim que o giro sobe.

A postura de dirigir não é exatamente a que se espera de um bólido. Mesmo na posição mais baixa, o assento ainda é um pouco alto. Mas o banco em concha sustenta bem o corpo do motorista/piloto, o volante tem bom tamanho – se fosse um pouco menor seria ótimo – e o pomo do câmbio encaixa bem na mão.

Detalhe da traseira do carro

A apresentação no Autódromo de Goiânia teve sua razão de ser. O acelerador é bastante suscetível à pressão, os giros sobem rápido e o ganho de velocidade é vigoroso.  O motor se enche rapidamente, principalmente em saídas de curvas. No interior, tudo parece conspirar para que se explore a esportividade do 500 Abarth, Principalmente o painel com medidor de Força G, que instiga a levar a ótima estabilidade do modelo ao limite.

Apesar de a suspensão ser esportiva, não se tem a impressão que os amortecedores foram substituídos por tocos de madeira. O nível de conforto alcança também a maciez dos bancos e os apoio de braços individuais para os dois ocupantes da frente. Ou seja: na pista, o Abarth se mostra  agressivo, mas é possível lidar com ele no dia dia sem nenhum sacrifício.

Visual do parachoque não mudou muito

Ficha técnica

Fiat 500 Abarth

MotorA gasolina, dianteiro, transversal, 1.368 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, turbo, comando variável de válvulas na admissão e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial
TransmissãoCâmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração
Potência máxima167 cv a 5.500 rpm
Torque máximo23 kgfm entre 2.500 e 4 mil rpm
Aceleração de 0 a 100 km/h6,9 segundos
Velocidade máxima214 km/h
Diâmetro e curso72,0 mm X 84,0 mm
Taxa de compressão9,8:1
SuspensãoMcPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores a geometria triangular e barra estabilizadora. Traseira do tipo semi-independente, eixo de torção e barra estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade
Pneus195/45 R16
FreiosDiscos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EBD e BAS
CarroceriaSubcompacto em monobloco com duas portas e quatro lugares. Com 3,67 metros de comprimento, 1,63 m de largura, 1,49 m de altura e 2,30 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais, de cortina e joelho para motorista de série
Peso1.164 kg
Capacidade do porta-malas185 litros
Tanque de combustível40 litros
ProduçãoToluca, México
PreçoR$ 79.300
OpcionaisTeto solar elétrico e som premium Beats by Dr. Dre

Sob o capô do 500 Abarth

Autor: Eduardo Rocha (Auto Press)
Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias