A série F é tratada de forma especial nos Estados Unidos. Suas vendas por lá superam as do esportivo Mustang e ultrapassam 32 milhões de unidades. Só para se ter uma ideia, isso significa que a Ford vendeu um a cada minuto, sem parar, desde 1948. Para comprovar o fenômeno, trata-se do projeto mais vendido durante 33 anos consecutivos. Uma credencial que justifica investimentos de grande porte e inovações para, se não impulsionar esses números, pelo menos mantê-los. Caso do que aconteceu na mais recente geração da F-150, apresentada inicialmente no Salão de Detroit de janeiro de 2014 e lançada no segundo semestre do ano passado.
Na linha 2015, a Ford aprimorou o chassi em formato de escada da F-150. Totalmente novo, ele traz uma quantidade de aço de alta resistência, mais forte e leve. Ligas de alumínio – de uso militar, também aplicadas na indústria aeroespacial e no transporte comercial e energia – foram introduzidas em toda a carroceria, aumentando a resistência a torção e impactos e reduzindo o peso em cerca de 318 kg. Isso serviu para aumentar a capacidade de carga, de aceleração e frenagem, com ganho de eficiência.
Em termos de tecnologia, os benefícios não ficam atrás. Câmaras externas propiciam visão 360° e os faróis e lanternas traseiras são em leds. Rampas de carga integradas facilitam o carregamento de equipamentos e motos e há ainda um auxiliar de engate de reboque com câmara traseira, que alinha a picape ao reboque com facilidade. Além disso, esse sistema usa novos cabos que ajudam a identificar e informar o motorista sobre possíveis problemas de conectividade do reboque, luzes apagadas ou queimadas e falhas na bateria. Completando os aparatos externos, lanternas de leds foram instaladas nos retrovisores, melhorando a iluminação ao redor do veículo.
Por dentro, tomadas de energia de 400 watts e 110 volts garantem a recarga de ferramentas elétricas, baterias ou aparelhos móveis. O painel ganhou nova tela LCD de 8 polegadas com aplicativos atualizados que informam desde economia de combustível a dicas de reboque. A caçamba recebeu iluminação também em leds, nas laterais, para ajudar na localização de ferramentas e outros itens. Fica disponível ainda sistema multimídia Sync, assistente de partida em rampa, câmara de visão traseira, sensor de ré, controle de freio do reboque e degrau extensível na caçamba.
Sob o capô, a nova F-150 conta com quatro opções de motores. O novo EcoBoost 2.7 litros com start/stop – que desliga o motor em paradas como as de sinal de trânsito e religa-o instantaneamente ao retirar-se o pé do freio – de série de 329 cv e 51,8 kgfm e o V6 de 3.5 litros com duplo comando de válvulas independente e variável de 286 cv e 35 kgfm se juntam aos conhecidos EcoBoost de 3.5 litros de 370 cv e 58,1 kgfm e V8 5.0 Ti-VCT, de 390 cv e 53,5 kgfm. A tecnologia start/stop não funciona com reboque ou tração nas quatro rodas e, em todos os casos, a transmissão é automática de seis velocidades.
Primeiras impressões
Cidade do México/México – Graças aos ajustes elétricos no volante, assento e pedais, é fácil encontrar a posição ideal para condução. As janelas avantajadas proporcionam uma vista panorâmica em qualquer direção – algo até necessário em um veículo com 5,89 metros de comprimento, 2,02 m de largura, 1,95 m de altura e 3,68 m de entre-eixos. Além disso, o teto solar amplia ainda mais a sensação de espaço interno.
Para ligar o motor, basta pressionar o botão ao lado da coluna de direção. A resposta do acelerador é definitivamente superior, já que há menos peso para arrastar. Uma transmissão com relações mais eficientes ajudaria não só a colocar no lugar certo os cavalos de potência, mas também a reduzir o consumo de combustível. Em uma situação de linha reta e por muitos quilômetros, talvez se consiga uma média de 10 km/l. Mas, no mundo real, o consumo de gasolina é bem maior. O melhor de tudo é a sensação de indestrutibilidade que a F-150 transmite. O modelo é certamente melhor que o seu antecessor. Mais leve, mais verde e 100% livre de corrosão na carroceria.
Ficha técnica
Ford F-150 SVT 3.5 V6
Motor | A gasolina, dianteiro, longitudinal, 3.496 cm³, seis cilindros em V, duas válvulas por cilindro e sistema de abertura variável de válvulas. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico. |
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Transmissão | Câmbio automático com seis marchas à frente e uma a ré. Tração integral. Oferece controle de tração |
Potência máxima | 370 cv a 5 mil rpm |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 6,6 segundos |
Velocidade máxima | 160 km/h controlada eletronicamente |
Torque máximo | 58,1 kgfm a 2.500 rpm |
Diâmetro e curso | 92,5 mm X 86,7 mm |
Taxa de compressão | 10:1. |
Suspensão | Dianteira independente do tipo duplo A. Traseira por barra de torção. Barras estabilizadoras na frente e atrás. Oferece controle eletrônico de estabilidade |
Pneus | 275/65 R18 |
Freios | Discos ventilados na frente e atrás. ABS, EBD, assistente de frenagem de emergência e controle de frenagem em curvas. |
Carroceria | Picape em chassi e longarina, com quatro portas e cinco lugares. Com 5,89 metros de comprimento, 2,02 m de largura, 1,95 m de altura e 3,68 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais, para os joelhos dos ocupantes dianteiros e do tipo cortina |
Peso | 1.955 kg |
Tanque de combustível | 87 litros |
Produção | Dearborn, Estados Unidos |
Lançamento mundial | 2014 |
Preço nos Estados Unidos | US$ 55.175, cerca de R$ 161 mil |
Autor: Hector Mañón (AutoCosmos.com/México) - exclusivo no Brasil para Auto Press
Colaboração: Márcio Maio/Auto Press
Fotos: Divulgação