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O mercado automotivo brasileiro tem suas especificidades. Carros modernos, que são best-sellers em outros países, por aqui não ostentam tal situação. Às vezes, passam até bem longe disso. No Brasil, esses veículos sofisticados normalmente atingem apenas um público mais elitizado e funcionam como vitrines de design e tecnologia para os fabricantes. E esse é o caso do Nissan Altima. Importado dos Estados Unidos, o carro desembarcou em solo brasileiro em novembro último como modelo de estreia da marca japonesa no segmento de sedãs médios-grandes. Mas as belas linhas, aliadas à tecnologia e ao desempenho – combinação que fez do carro um sucesso de vendas no mercado norte-americano –, ainda não tornaram o Altima um “hit” por aqui. Pelo menos o novo sedã cumpre a função de dar prestígio à Nissan, que tem pretensões de alcançar 5% do mercado nacional até 2016 e que, no dia 15 de abril, inaugura uma fábrica no Rio de Janeiro.

Um dos predicados é o design. Criado pelo estúdio de design da Nissan de San Diego, na Califórnia, o desenho do Altima é caracterizado pela grade em formato de trapézio invertido – parte da identidade atual da Nissan, que inspirou também o novo Sentra. Ela se alia ao parachoque encorpado, que abriga os faróis de neblina. Os vincos nas laterais são fortes, com uma linha de cintura marcada que sai dos faróis e vai até o fim da tampa do porta-malas. O conjunto ótico tem formato que lembra setas ou um bumerangue. O médio-grande Altima é feito sobre a plataforma “D” – utilizada também pelo crossover Murano e pela nova geração do utilitário esportivo Pathfinder.

Para o mercado nacional, a Nissan optou por trazer a requintada versão SL – única vendida por aqui. Ela garante bons equipamentos ao sedã. Destaque para o RearView Monitor, que oferece visão externa por câmara, mas sem sensor de estacionamento. Além dele há monitoramento de pontos cego e de mudanças de faixas de rolagem. Já o Moving Object Detection detecta objetos em movimento próximos ao veículo. Outro “gadget” é o Adaptive Control Shift, que reconhece o estilo como o motorista acelera e seleciona a relação ideal do câmbio para as condições específicas. Fora esses dispositivos mais “elaborados”, a Nissan deu ao carro tecnologias “básicas” e encontradas em concorrentes, como ar-condicionado duas zonas, bancos em couro, chave presencial, botão de ignição, sistema multimídia com GPS, Bluetooth, entrada USB e tela sensível ao toque de sete polegadas, além de teto solar. Ainda há alguns “mimos” como bancos e volante aquecidos.

Sob do capô, o Altima traz um motor potente. Trata-se de um quatro cilindros de 2.5 litros a gasolina. Ele é capaz de entregar 182 cv a 6 mil rpm e 24,9 kgfm de torque a 4 mil giros – nos Estados Unidos, há uma opção mais robusta de um V6 de 270 cv. A Nissan é uma das marcas que continua a investir em transmissões continuamente variáveis – CVT – em seus modelos. Tanto que o Altima recebeu um câmbio renovado com componentes mecânicos retrabalhados para diminuir o peso do conjunto e melhorar a eficiência. Segundo a fabricante japonesa, polias e correias do sistema têm 40% a menos de atrito graças a um novo óleo de menor viscosidade. Com isso, o novo Altima promete ser mais econômico e silencioso. Além disso, o software que controla as mudanças nas relações foi aprimorado para entender melhor os comandos do pé direito do motorista.

A expectativa da Nissan era emplacar 250 unidades nos últimos dois meses de 2013 e para isso estipulou o competitivo preço de R$ 99.900. A projeção não se confirmou e “apenas” 146 carros foram comercializados. No território dos sedãs médios-grandes, quem reina é o Ford Fusion – que emplacou uma média de 800 carros/mês ano passado – e esse ano ultrapassou mil unidades mensais. Em pouco mais de quatro meses de vendas, a Nissan reajustou o preço do Altima para R$ 106.900. No vácuo da queda geral do mercado automotivo brasileiro nesse início de ano, em janeiro foram 71 Altima vendidos e fevereiro registrou somente 44 licenciamentos. Ou seja, não está fácil para ninguém.

Nissan Altima 2.5 SL

Ponto a ponto

Desempenho – Os 182 cv produzidos pelo motor quatro cilindros de 2.5 litros movem o sedã de 4,86 metros sem maiores problemas. O ganho de velocidade é bem suave e não prega sustos no condutor no caso de uma pisada mais robusta no pedal da direita. O modo Sport confere um caráter mais dinâmico ao carro com rotações mais elevadas. Mas tudo com uma enorme calmaria. A aceleração de zero a 100 km/h é feita na casa dos 8 segundos, na média do segmento com motores de quatro cilindros. Nota 8.

Estabilidade – O Altima é um automóvel bastante no chão. Apesar das dimensões avantajadas, em curvas mais acentuadas o três volumes não faz feio e transmite total segurança a quem está dirigindo. A suspensão traseira multilink também ajuda a conferir um comportamento dinâmico surpreendente. A entrega de toda desenvoltura não compromete o conforto para quem vai a bordo. Nota 9.

Interatividade – A quantidade de botões no volante pode assustar o condutor em um primeiro momento. Até criar um costume, o motorista precisa desviar a atenção do trânsito para dar uma olhada se o dedo está no comando que ele realmente deseja. Já o painel e o sistema multimídia são de fácil manuseio. Os 4,68 metros do sedã também demandam certa atenção na hora de colocar em vagas estreitas ou na execução de manobras. A câmera de ré integrada à tela de sete polegadas facilitada a vida de quem está ao volante. Nota 8.

Consumo – O InMetro testou o Nissan Altima SL com transmissão CVT. O sedã médio-grande, com motor somente a gasolina, atingiu médias de 10,1 km/l na cidade e 13,1 km/h em trajeto rodoviário. Esses números garantiram nota “A” em relação à categoria e “B” no geral. Nota 8.

Conforto – É a principal virtude do Altima. Mesmo porque, frequentemente o modelo é usado por altos executivos, que contam com motoristas particulares e viajam nos bancos de trás. Assim, em todos os cantos do carro é possível se acomodar com facilidade. Os bancos frontais – batizados “marketeiramente” de “gravidade zero” – são efetivamente confortáveis. Atrás, os ocupantes também esbanjam espaço. Quatro pessoas viajam à vontade e a adição de um quinto elemento não prejudica tanto o conforto alheio. Já a suspensão, com ajuste macio, e o isolamento acústico são eficientes. Um consegue absorver bem a buraqueira das ruas brasileiras e o outro impede que ruídos entrem no habitáculo. Nota 9.

Interior do Nissan Altima SL

Tecnologia – O Altima traz alguns equipamentos de série que são normalmente encontrados apenas em carros de segmentos superiores. Caso do monitoramento de mudança de faixa, de ponto cego e sensor de objetos em movimento próximos ao veículo. O câmbio CVT ganhou melhorias para um melhor consumo de combustível do carro e para manter a rotação do motor reduzida durante conduções em altas velocidades. A lista se completa com outros dispositivos que são “padrão” em carros que custam mais de R$ 100 mil. A tela, de sete polegadas e sensível ao toque, traz GPS, Bluetooth e entrada USB. Mas a Nissan também deixou itens “básicos” de fora, como sensor de chuva e de estacionamento – pelo menos conta com câmera de ré. Nota 9.

Habitabilidade – Entrar e sair do Altima é uma tarefa simples, graças ao bom ângulo de abertura das portas. Dentro, a convivência é agradável. Nem a falta de verdadeiros porta-objetos abala a relaçao do motorista com o carro. Os principais espaços para guardar carteira, celular e chaves são em dois porta-copos existentes ao lado da alavanca de câmbio. Há ainda o compartimento sob o apoio de braço. Condutor e passageiros desfrutam de um belo espaço. Na traseira, apenas o caimento do teto pode atrapalhar os mais altos. O porta-malas leva somente 436 litros – volume apenas razoável para um sedã desse porte. Nota 8.

Acabamento – O interior do Altima entrega um boa qualidade na escolha e nos encaixes dos materiais. Partes emborrachadas no painel se misturam ao revestimento de couro dos bancos e do volante. Apliques aluminizados reforçam o requinte do ambiente. Nota 8.

Design – O Centro de Design da Nissan na Califórnia, nos Estados Unidos, conseguiu um resultado interessante no Altima. Bem dentro do mundo racional dos japoneses, os traços dão personalidade ao sedã e conferem um aspecto moderno ao carro. Nota 8.

Custo/benefício – A Nissan pede R$ 106.900 pelo Altima. Quem lidera o segmento de sedãs médio-grande é o Ford Fusion que, quando equipado a altura do Altima, custa cerca de R$ 101.990 – com motor 2.5 flex de 175 cv. Com o propulsor 2.0 EcoBoost de 240 cv de potência, o preço chega a R$ 109.990. Outros concorrentes como Kia Optima, Honda Accord, Peugeot 508 e Volkswagen Passat ultrapassam os R$ 110 mil. Nota 5.

Total – O Nissan Altima SL somou 80 pontos em 100 possíveis.

Detalhe do farol do Nissan Altima SL

Impressões ao dirigir

Em um primeiro contato visual, o Altima se impõe. O design é um dos pontos que chamam atenção. Não chega a ser arrojado, mas a dianteira com a grade hexagonal cromada e os largos faróis passam uma sensação de robustez. Em movimento, o sedã mostra ser totalmente dócil. O Altima é 42 cv mais potente que o Sentra – que tem 140 cv. Porém, o comportamento do modelo é bem parecido com o do sedã médio da Nissan – que, em sua nova geração, faz sucesso por aqui. A aceleração é gradativa e contínua, sem arroubos esportivos. Muito influenciada pela transmissão CVT, que “amansa” o desempenho do carro. Para segurar o Altima nas curvas, a suspensão é independente nas quatro rodas, com conjuntos McPherson na frente e Multilink na traseira. Isso garante um belo comportamento dinâmico ao sedã de dimensões generosas. 

Outro destaque do carro é o habitáculo. Os bancos parecem poltronas e permitem que o condutor passe muito tempo ali sem sentir incômodo. O volante tem boa pegada, peso correto e boa relação com as rodas da frente. Mesmo em velocidades mais elevadas, transmite sensação de segurança. Entre o odômetro e o velocímetro – que são analógicos – há um display colorido de quatro polegadas. De acordo com a preferência do condutor, é possível configurar e mostrar detalhes do sistema de áudio, consumo instantâneo, computador de bordo, sistema de monitoramento da pressão dos pneus e dados do GPS. No total, são nove informações diferentes e tudo comandado por meio dos botões no volante multifuncional. O ar-condicionado digital duas zonas promove um rápido resfriamento do ambiente, mesmo em dias de calor senegalês. O sistema de áudio acompanha o valor do carro. É fornecido pela renomada Bose e garante um som de primeira.

Nissan Altima SL

Ficha técnica

Nissan Altima 2.5 SL

MotorA gasolina, dianteiro, transversal, 2.488 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico
TransmissãoCâmbio continuamente variável CVT. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração
Potência máxima182 cv a 6 mil rpm
Torque máximo24,9 kgfm a 4 mil rpm
Diâmetro e curso89,0 mm x 100,0 mm
Taxa de compressão10,5:1
SuspensãoDianteira independente do tipo McPherson com molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira independente do tipo Multilink, com molas helicoidais. Oferece controle eletrônico de estabilidade de série
Pneus215/55 R17
FreiosDiscos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EBD
CarroceriaSedã em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,86 metros de comprimento, 1,83 m de largura, 1,47 m de altura e 2,77 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série
Peso1.469 kg
Capacidade do porta-malas436 litros
Tanque de combustível68 litros
ProduçãoSmyrna, Tennessee, Estados Unidos
Lançamento mundial2012
Lançamento no Brasil2013
EquipamentosAr-condicionado automático de duas zonas, direção elétrica, airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS, vidros, travas e espelhos elétricos, monitor de pressão dos pneus, rádio CD/MP3/USB/iPod/Bluetooth com tela sensível ao toque de sete polegadas, navegador GPS, câmera de ré, espelho retrovisor interno fotocrômico, bancos em couro, teto solar elétrico, banco do motorista com regulagens elétricas
PreçoR$ 106.900

Autor: Raphael Panaro (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias