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A compra de um automóvel envolve diversos fatores, mas o preço é um dos que mais pesam na decisão. Mesmo em segmentos mais sofisticados. Por isso, torna-se importante para as marcas garantir uma boa chamada “a partir de” em suas peças publicitárias. E essa é a principal função mercadológica do Nissan Sentra S, versão de entrada do sedã médio da fabricante nipônica. Seus R$ 63.690 iniciais podem até não fazer da versão uma das mais requisitadas pelo público – a configuração S é responsável por menos de 5% das vendas totais do Sentra. Mas certamente funcionam de chamariz para atrair possíveis compradores, que acabam por levar para casa as versões mais completas – a “top” SL ou a intermediária SV, ambas com câmbio continuamente variável CVT. Mas, além de ser mais barata, a versão S é a única opção de transmissão manual no Sentra. Combinado ao motor 2.0 16V flex, o câmbio manual de seis marchas dá ao médio da Nissan um insuspeito componente de esportividade.

A sétima geração do Sentra, lançada em outubro no Brasil, veio com um estilo que combina requinte e sobriedade. Um misto de design contemporâneo com formas clássicas. Destacam-se os faróis de leds com formato de bumerangue e a grade trapezoidal com três lâminas que abriga a logomarca da Nissan – característica da nova identidade estética da marca. Capô e paralamas encorpados ajudam a transmitir robustez. Na traseira, as lanternas também são de leds, com desenho irregular, e invadem a tampa do porta-malas. Mas, dentro da versão S, faltam a tecnologia e o conforto que seduzem os compradores das versões SV e SL. Exceto pela chave presencial, o revestimento dos bancos com acabamento em veludo e o volante multifuncional em couro, tudo é simples no Sentra mais barato. O ar-condicionado é manual e, apesar dos seus 4,62 m de comprimento, não há sensores de estacionamento para facilitar as manobras.

Nissan Sentra S

A seu favor, a versão S tem o fato de que o câmbio manual ainda é a preferência de uma parcela do público brasileiro. Além disso, a motorização da configuração básica do Sentra é a mesma da versão de topo. Sob o capô, ela guarda o 2.0 16V flex de 140 cv de potência a 5.100 rpm e 20 kgfm de torque a 4.800 giros, tanto com etanol quanto com gasolina no tanque. O propulsor flex é o mesmo do modelo anterior e também usado no Renault Fluence. Mas a Nissan fez algumas melhorias no cabeçote e na cabeça dos pistões, além de dar nova calibração na injeção. As modificações priorizaram a economia e a redução nas emissões de poluentes. Com isso, o motor perdeu  3 cv e 0,3 kgfm de torque, mas o sedã médio ganhou nota “A” na categoria e “B” no geral no Programa Brasileiro de Etiquetagem do InMetro, com 1,92 MJ/km de consumo energético. Em tempos em que o marketing ambiental não para de ganhar força na indústria automotiva, esse é um dado que certamente ajuda a criar uma boa impressão sobre o modelo. E, nessa versão S, sem ter de pagar mais caro por isso.

Ponto a ponto

Desempenho – O motor 2.0 litros mostra sua força já na boa arrancada do sedã. Apesar do torque máximo de 20 kgfm só ficar disponível a 4.800 rpm, basta pisar um pouco mais fundo com o pé direito para o carro responder prontamente. O câmbio manual de seis marchas da versão S tem engates precisos e, apesar de tirar o conforto de quem prefere não efetuar mudanças de marchas – a transmissão CVT é de série nas versões SL e SV –, entrega bem mais esportividade ao modelo. Tanto que, nessa configuração, sua velocidade máxima chega a 196 km/h, 10 km/h a mais que nas outras configurações. Nota 8.

Estabilidade – O Sentra é um carro que mantém bem suas quatro rodas no chão. Mesmo em sequência de curvas e velocidades maiores, a estabilidade é constante e não se percebem rolagens de carroceria. Sua suspensão traseira reforçada confere ao sedã um comportamento seguro. Nota 8.

Interatividade – Todos os comandos essenciais estão bem destacados e são facilmente acessados pelo motorista. A conexão via Bluetooth é feita de maneira rápida e simples. O volante multifuncional tem boa pegada e não há um exagero de botões capaz de desviar a atenção do condutor. Nota 8.

Interior do Nissan Sentra S

Consumo – O Sentra recebeu nota “A” na categoria de sedãs médios e “B” na geral dentro do Programa Brasileiro de Etiquetagem do InMetro, com médias de 10,5/7,2 km/l em trajeto urbano e 12,9/8,7 km/l na estrada, com gasolina/etanol no tanque. Seu índice de consumo energético foi de 1,92 MJ/km. Nota 8.

Conforto – Os 2,70 metros de entre-eixos garantem espaço generoso para as pernas de ocupantes mais altos que possam viajar no assento traseiro. Os impactos causados pelos buracos das vias brasileiras são bem absorvidos pela suspensão e o isolamento acústico é eficiente mesmo com o motor trabalhando em giros altos. Nota 8.

Tecnologia – A plataforma B17 é nova, foi criada em 2012. Em termos de equipamentos, a configuração S não impressiona. É preciso se contentar com um simples rádio com CD, MP3 e Bluetooth, ar-condicionado manual e apenas os airbags obrigatórios frontais. Mas chama atenção a chave presencial com ignição por botão, os faróis e lanternas em leds e o computador de bordo com boa quantidade de funções. Nota 7.

Habitabilidade – Entrar e sair do Sentra é bem fácil, graças ao ângulo de quase 90° de abertura das portas. Os bancos com acabamento em veludo são agradáveis e o console central conta com um confortável apoio para braço. O porta-malas abriga bons 503 litros – 61 litros a mais que a geração anterior. Nota 7.

Detalhe da caixa de marchas

Acabamento – Portas e painel têm materiais de qualidade, macios ao toque e que não apresentam rebarbas. Mas tudo é bem simples no habitáculo. Exceto pelo volante, que recebe acabamento em couro, e pelas maçanetas cromadas. Fica nítida a condição de “versão de entrada” – o Sentra S não tenta enganar ninguém. Nota 7.

Design – O Sentra evoluiu bastante, embora ainda conserve um visual conservador. Suas linhas são harmoniosas e seguem a atual identidade da Nissan, caracterizada pela grande grade dianteira cromada em formato de trapézio invertido. Há um misto de sobriedade com traços contemporâneos que favorecem a nova geração em relação à anterior, mas não chegam a se destacar tanto frente aos outros concorrentes do segmento. Nota 7.

Custo/benefício – A Nissan pede R$ 63.690 pelo Sentra S, pouco mais que o valor dos concorrentes franceses Peugeot 408 Allure 2.0 e Citroën C4 Lounge Origine 2.0, ambas com câmbio manual. O primeiro custa R$ 63.190 e o segundo, R$ 62.490. O Renault Fluence Dynamique 2.0 é mais bem equipado, mas seu preço já parte dos R$ 64.990. Já o Honda Civic 1.8 LXS custa R$ 65.890, enquanto o Toyota Corolla GLi 1.8 é vendido a salgados R$ 67.810. Nota 8.

Total – O Nissan Sentra S somou 76 pontos em 100 possíveis.

Detalhe da lanterna traseira

Impressões ao dirigir

O barato de ser mais barato

Esteticamente, o Nissan Sentra causa um misto de impressões. Suas formas são conservadoras e não há grandes ousadias em seu design. Mas é inegável que os traços incorporados pela nova identidade da marca – com uma exagerada grade dianteira cromada em formato de trapézio invertido – dão certa personalidade ao carro. Perto da geração anterior, ganha ares de “galã” automotivo. Mas a verdade é que, pelo menos nesse quesito, a disputa com outros sedãs médios vendidos no Brasil – como o Honda Civic e o Ford Focus, por exemplo – não é vantajosa.

A priorização pelo conforto e espaço é inegável. Até cinco pessoas viajam sem grandes problemas, mesmo se tratando de ocupantes mais altos. As comodidades começam já na hora de abrir o carro, com a chave presencial que permite que as portas se abram com um leve toque no pequeno sensor localizado nas maçanetas externas da frente.Basta que o motorista se sente, carregue com o pé esquerdo a embreagem e aperte um botão no painel para que o motor entre em funcionamento.

Desenho moderno do Sentra

E é justamente sob o capô que o Sentra guarda um dos seus maiores trunfos. O motor 2.0 16V de 140 cv e 20 kgfm de torque se mostra forte para mover seus quase 1.300 kg sem grandes esforços. Principalmente na configuração S, a versão de entrada. Com transmissão manual de seis marchas, o sedã entrega uma esportividade e um vigor bem diferentes das configurações superiores, que saem de fábrica com câmbio CVT. Prova disso é a diferença na velocidade máxima, por exemplo, de 186 km/h na transmissão continuamente variável e 196 km/h com trocas mecânicas. A direção tem respostas rápidas e sua firmeza é diretamente proporcional à velocidade adotada. Ou seja, as manobras são extremamente leves – fazem falta apenas os sensores de estacionamento –, enquanto o volante ganha mais peso quando o velocímetro passa a subir.

O torque máximo só aparece a 4 mil giros, mas isso não prejudica suas arrancadas. Retomadas e ultrapassagens são feitas com bastante eficiência e a suspensão – reforçada na parte traseira – é capaz de gerar conforto por absorver bem os impactos dos pisos irregulares e segurança, já que mantém o sedã com as quatro rodas no chão mesmo diante de curvas mais fechadas. O único problema é que, ao optar por um câmbio manual e pelo preço mais em conta, é preciso abrir mão de uma série de luxos e confortos entregues nas versões superiores. Uma equação que comumente é utilizada pelas fabricantes, já que a grande maioria busca o máximo de conforto na escolha por um sedã médio. E isso normalmente inclui não precisar se preocupar com as marchas.

Nissan Sentra S

Ficha técnica

Nissan Sentra 2.0 16V S

MotorBicombustível, dianteiro, transversal, 1.997 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando variável nas válvulas de admissão e escape e duto de admissão de dupla geometria. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial
TransmissãoCâmbio manual de seis marchas à frente uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração
Potência máxima140 cv a 5.100 rpm com etanol/gasolina
Torque máximo20 kgfm a 4.800 rpm etanol/gasolina
Diâmetro e curso84 mm X 90,1 mm
Taxa de compressão9,7:1
SuspensãoDianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora. Traseira com eixo de torção, barra estabilizadora e molas helicoidais
FreiosDiscos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira. Oferece ABS com EBD
CarroceriaSedã em monobloco com quatro portas e quatro lugares. Com 4,62 metros de comprimento, 1,76 m de largura, 1,50 m de altura e 2,70 metros de entre-eixos. Oferece airbags duplos de série
Peso1.288 kg
Capacidade do porta-malas503 litros
Tanque de combustível52 litros
Lançamento no Brasil2004
Lançamento da versão atual2013
ProduçãoAguascalientes, México
Itens de sériei-Key, computador de bordo, freios ABS com EBD, airbags frontais, alarme perimétrico, rodas de liga-leve de 16 polegadas, lanternas e faróis de leds, ar-condicionado, direção elétrica com assistência variável, retrovisores, vidros e travas elétricos, botão de ignição , faróis de neblina, volante multifuncional com acabamento em couro e rádio com CD, Mp3 e Bluetooth
PreçoR$ 63.690