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É quase um déjà vu. A Audi cria um segmento no mercado premium e, logo em seguida, faz o modelo no Brasil. Foi assim em 1999, quando produziu em São José dos Pinhais, no Paraná, a primeira geração do A3, modelo que inaugurou o segmento de hatches médios de luxo. Agora, a fabricante alemã volta a investir – exatos R$ 500 milhões – em uma nova linha para montar no segundo semestre de 2015, na mesma planta paranaense, o A3 sedã, que “inventou” o segmento entre os médios de luxo. A lógica dos dois movimentos é a mesma: oferecer um produto que valorize a imagem requintada da marca e tenha um custo de aquisição capaz de gerar uma boa massa de vendas. Para reforçar o poder de atração de seu novo três volumes, a Audi tratou de posicionar o modelo de forma bem agressiva. O A3 sedã chega em uma versão bem recheada, com bom desempenho e preço bastante interessante: R$ 116.400.

A única versão do A3 sedã que começou a ser vendida no Brasil traz um motor 1.8 turbo de 180 cv, gerenciado por um câmbio de dupla embreagem e sete marchas. Este conjunto dispõe de vários recursos, como o duplo sistema de injeção ou o sistema de válvulas de abertura variável, que são capazes de tornar o modelo bastante animado e desenvolto. Segundo a marca, o zero a 100 km/h é feito em 7,3 segundos e a final é de 235 km/h. O torque de 25,5 kgfm é totalmente disponível entre 1.250 e 5 mil giros – ou seja, desde a arrancada até próximo à faixa de potência máxima.

Em boa parte, este desempenho se deve também às características menos visíveis, mas perfeitamente perceptíveis, de qualidade construtiva. O sedã de 4,46 metros de comprimento tem uma composição de materiais bastante complexa, com o objetivo de reduzir ao máximo o peso final – que se reverte em eficiência dinâmica de consumo e de emissões. Na estrutura, há quatro tipos de aço diferentes e ainda alumínio. No motor, várias peças foram moldadas em plásticos especiais – como o cárter ou os dutos de admissão. Na carroceria, há também partes em alumínio – caso do capô. A ideía era aliviar um pouco o peso no eixo dianteiro, que ainda ficou com 59% do peso total. O peso ficou em 1.295, 10% kg a menos que o único rival direto, o Mercedes-Benz CLA, que ainda tem motor menor. No final, a relação peso/potência ficou em bons 7,2 cv/kg.

A tecnologia construtiva do modelo é acompanhada por uma boa seleção de itens de assistência à condução, consistente com o segmento de médios de luxo. Boa parte deles é comandada pelo módulo do ABS, como os controles de tração e de estabilidade, vetorização do torque diretamente no diferencial e até o sistema de secagem dos freios em caso de chuva. Tem ainda o Drive Select, capaz de alterar o mapeamento do motor, o comportamento do câmbio e o peso e a reação da direção. Como é um modelo de entrada, o ajuste de suspensão, presente em modelos maiores, ficou de fora.

Apesar da função de modelo de entrada, o A3 sedã traz alguns recursos desejáveis, como bancos elétricos, teto solar panorâmico e central mutimídia com tela de 5,7 polegadas e conexão Bluetooth. Por quase R$ 10 mil, há um upgrade neste sistema, com uma tela de 7 polegadas e recursos de navegação por GPS e comandos de voz. O revestimento interno é bem cuidado, mas os bancos recebem forração em couro sintético – recurso bastante comum na Europa.

Por fora, o A3 sedã mantém a personalidade típica dos modelos da marca, com volumes corpulentos, que valorizam mais a ideia de robustez do que a sensação de velocidade. De fato, é preciso ir aos detalhes para diferenciar este de outros Audi. Mesmo que careçam de uma certa individualidade, são linhas harmoniosas e charmosas que valorizam a presença das quatro argolas na grade. Independentemente de a forma ser clássica, o conteúdo interessante e o preço competitivo, a montadora aposta em um volume de vendas relativamente modesto: 3500 unidades até dezembro – menos de 300 por mês. Isso só por conta da estrutura modesta da marca no país – são apenas 27 concessionárias. Pois poder de sedução não falta ao menor sedã da Audi.

Novo Audi A3 Sedan

Ponto a ponto

Desempenho – O propulsor 1.8 turbo, de 180 cv, dá uma enorme agilidade ao A3 sedã. Ele é recheado de tecnologias, como o duplo sistema de injeção, que consegue tirar o máximo de rendimento em todas as faixas úteis de giro. A sensação é de um motor sempre cheio e disposto ganhar velocidade. Nota 8.

Estabilidade – A suspensão apoiada em subchassis mantém o equilíbrio do sedã com bastante facilidade. E o baixo peso da carroceria ainda ajuda na dirigibilidade e elimina qualquer indício de rolagem lateral. Os vários sistemas de controle dinâmico dificilmente encontram uma brecha para intervir. Nas retas, a neutralizada é absoluta. Nota 9.

Interatividade – Através do volante multifuncional, tem-se acesso a algumas das funções oferecidas no A3 sedã, como ajuste de som, telefone e computador de bordo. Como opcional, há uma central multimídia mais completa, com GPS, comando vocal e tela escamoteável de 7 polegadas. Ela é controlada por um grande botão no console central que funciona tanto como pad, quando lê o que se escreve em sua superfície, quanto no sistema giratório. Esta central também pode ser controlada pela voz – desde que o timbre tenha sido registrado. Outro sistema interessante é o Drive Select que configura câmbio, motor e direção nos modos Econômico, Esporte, Conforto ou numa combinação deles. No entanto, a decisão de vender sensor de ré e controle de cruzeiro somente nas concessionárias soa a avareza. Nota 8.

Consumo – O A3 sedã chega com start/stop e sistema de recuperação de energia cinética, Kers, na busca de maior economia e menores emissões. O modelo testado enfrentou o trânsito urbano pesado e longos trechos rodoviários e o computador de bordo acusou no final a média de 10 km/l. Segundo o InMetro, o A3 sedã 1.8 faz em média 9,6 km/l na cidade e 14 km/l na estrada, números que o classificam como B na categoria e C no geral. Não é nada beberrão. Nota 7.

Conforto – A calibragem bem dosada e o apoio em subchassis tornam o sistema suspensivo do A3 sedã incrivelmente versátil. O carro é capaz de enfrentar tanto irregularidades quanto ondulações sem perder a compostura – e sem deixar o ruído invadir o habitáculo. O espaço interno se mostra generoso no sentido longitudinal, com boa área para as pernas dos passageiros. Na altura, principalmente atrás, e na largura, as dimensões são menores. Os bancos, com ajustes elétrico e lombar para os ocupantes da frente, são firmes e confortáveis. Nota 9.

Interior do novo Audi A3 Sedan

Tecnologia – Como um bom modelo premium recém-lançado, o A3 sedã tem bastante recursos. A plataforma é muito eficiente, composta por aços específicos, de acordo com a função. O modelo também usa alumínio em partes não estruturais – no capô e no subchassi dianteiro, por exemplo – para reduzir o peso. O motor turbo é bem moderno, trabalha com um câmbio de sete marchas e dupla embreagem, tem duplo sistema de injeção – direta e multiponto –, kers, start/stop e comando de válvulas variável. E tem ainda um módulo de ABS com diversas funções, sete airbags, sensor de luz e de chuva e faróis de xenon. Ficam de fora itens mais tecnológicos, alguns até presentes em outros modelos médios, como cruise control adaptativo, sistema de estacionamento automático ou câmera de ré. Nota 8.

Habitabilidade – Apesar do revestimento em preto, meio opressor, o interior do A3 sedã é agradável. Tem bom espaço para quatro ocupantes e o teto solar panorâmico deixa o ambiente mais atraente. Os acessos são facilitados pelo bom ângulo de abertura das portas e o interior tem um número bem aceitável de nichos para objetos. O porta-malas, de 425 litros, não provoca espanto ou admiração. As luzes internas, de cortesia nos espelhos e de leitura são sempre em led. Tudo bem de acordo com um modelo premium. Nota 8.

Acabamento – O habitáculo do sedã da Audi não tem maiores requintes, mas a boa qualidade dos materiais, da montagem e dos encaixes é evidente. Há superfícies macias em todos os pontos em que os passageiros naturalmente tocam. Por outro lado, os bancos são em couro sintético. Nota 8.

Design – O A3 sedã é um Audi bastante previsível. As linhas que valorizam robustez, dão um aspecto estático ao modelo. Frente e traseira parecem uma pequena variação de outras frentes e traseiras de modelos da marca. Nem mesmo o perfil, que teoricamente funde caimento de um cupê com o de um sedã, dá um toque de ousadia. Nota 6.

Custo/benefício – A Audi foi agressiva com o A3 sedã. Ele não dá a impressão de ter sido “depenado”, como acontece com outros premium de entrada, e tem um preço atraente. Por R$ 116.400, é capaz de atrair consumidores de modelos maiores de marcas generalistas – como Ford Fusion, Volkswagen Passat ou Hyundai Sonata. Nota 7.

Total – O Audi A3 sedã obteve 78 pontos em 100 possíveis.

Detalhe do Farol

Primeiras impressões

Bananal/SP – À primeira vista, o A3 sedã não é tão impressionante. As linhas, tanto por dentro quanto por fora, são as típicas da marca, sem nada que diferencia este de outros Audi. O estilo é sempre o “elegantemente robusto”, que serve para reafirmar a qualidade construtiva de seus carros. O fato de serem características conhecidas, porém, não é necessariamente negativo. Afinal, qualidades tradicionais dos modelos da montadora alemã estão lá. A ergonomia precisa, o bom acabamento e o ambiente refinado – embora, nesse caso, sem maiores requintes. Mas há também uma boa surpresa: o A3 tem um comportamento dinâmico acima da média, mesmo no universo dos automóveis de luxo.

O motor turbo de 180 cv tem uma ligação quase telepática com o câmbio de sete marchas com dupla embreagem e mudança de marchas no volante. O A3 sedã ganha velocidade com enorme facilidade, seja partindo da imobilidade, seja em retomadas. Uma das bases dessa desenvoltura é o baixo peso. A pequena inércia do A3 sedã se alia a um propulsor sempre alerta, com torque total a postos desde a arrancada. E não precisa ser uma “largada” de corrida, mas uma arrancada normal. Um segundo fator é a altíssima rigidez torcional, que controla com rédeas curtas as transferências de peso. Aliado a isso, há um conjunto suspensivo de concepção moderna e muito bem calibrado. O A3 sedã está sempre com as rodas bem plantadas no chão.

A neutralidade do modelo permite o uso de pneu 225 de aro 17 e perfil 45 – aproximadamente 10 cm de altura –, que ajuda a suspensão, apoiada em subchassis, a preservar o conforto a bordo. No interior, os para-brisas recebem um tratamento para melhorar o isolamento acústico. Não se ouve nem o ruído dos pneus no asfalto. O ronco do motor só se apresenta quanto ele é levado a rotações mais elevadas. Os bancos, com ajustes e apoio lombar elétricos, dão ótimo suporte lateral e o teto panorâmico torna o ambiente ainda mais leve.

Detalhe da lanterna traseira

Ficha Técnica

Audi A3 sedã TSFI 1.8

Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.798 cm³, quatro cilindros em linha, com quatro válvulas por cilindro. Com injeção direta de combustível, turbocompressor e comando variável de válvulas. Acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automatizado de dupla embreagem com sete marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração e diferencial vetorizado.
Potência máxima: 180 cv a 6.200 rpm.
Torque máximo: 25,5 kgfm entre 1.250 e 5 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 7,3 segundos.
Velocidade máxima: 235 km/h.
Diâmetro e curso: 82,5  mm x 84,1 mm.
Taxa de compressão: 9,6:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com triângulos inferiores e barra estabilizadora, apoiada em subchassi em alumínio. Traseira independente do tipo Multilink, com barra estabilizadora e apoiada em subchassi de aço. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 225/45 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,46 metros de comprimento, 1,80 m de largura, 1,41 m de altura e 2,64 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho.
Peso: 1.295 kg.
Capacidade do porta-malas: 425 litros.
Tanque de combustível: 50 litros.
Produção: Gyor, Hungria.
Lançamento mundial: 2013.
Lançamento no Brasil: 2014.
Itens de série: Ar-condicionado dual zone, trio elétrico, direção elétrica, start/stop, retrovisores eletricamente rebatíveis, retrovisor interno eletrocrômico, sensor de chuva e luminosidade, revestimento dos bancos em couro sintético, volante multifuncional com revestimento em couro natural, computador de bordo, rodas de liga leve de 16 polegadas, airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista, controle de estabilidade e tração, sistema de entretenimento com rádio/CD/MP3/Bluetooth.
Opcionais: Sistema multimídia com navegador e pintura metática.
Preço: R$ 116.400.
Preço completo: R$ 127.300.

Autor: Eduardo Rocha (Auto Press)
Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias