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Quando a Fiat trouxe o charmoso 500 em 2011, a menor das preocupações da marca italiana era com o número de vendas. O objetivo do subcompacto era dar uma boa imagem à fabricante e ter um modelo divertido, que se distinguisse do resto da linha. Porém, no ano seguinte, o pequeno veículo emplacou quase 16 mil carros – mais de 1.300 ao mês. Passada a novidade, o apelo diminuiu e entrou em vigor o Inovar-Auto e o regime de cotas – o 500 vem do México e divide as importações com o utilitário Freemont. Mas, mesmo assim, o carrinho vendeu 600 unidades mensais em 2013. Nesse mesmo período, o 500 ficou “mais brasileiro” e ganhou a tecnologia flex. E o “fôlego” continua em 2014 onde, até abril, 2.352 unidades foram comercializadas. Atualmente, o modelo possui três versões. A Sport Air não é a campeã de vendas – corresponde a apenas 12% das quase 600 unidades que a gama do Cinquecento emplaca por mês. Mas, com certeza, é a que “exala” mais esportividade.

Antes de estrear na linha do 500, o propulsor bicombustível passou por uma bateria de testes. Foram quase 15 mil horas de desenvolvimento, envolvendo mais de 10 mil horas de testes de confiabilidade em dinamômetro e cerca de 1 milhão de quilômetros rodados em provas de durabilidade, confiabilidade e aplicação. Dentre as inúmeras modificações, os engenheiros da marca italiana trocaram os pistões para elevar a taxa de compressão do motor e, assim, otimizar a queima do etanol. Ela passou de 10,8:1 para 11,7:1. Outra alteração foi a recalibração do sistema MultiAir, que dá nome ao motor. Trata-se de um atuador eletro-hidráulico nas válvulas, que permite um controle dinâmico e direto do ar admitido pelo motor, controlando também indiretamente a combustão. Cilindro a cilindro, ciclo a ciclo. Essas alterações permitiram ao propulsor entregar 107 cv de potência e 13,8 kgfm de torque. Os números, quando abastecido com gasolina, seguem em 105 cv e 13,6 kgfm. Na versão Sport Air, o trem de força pode ser completado por uma transmissão manual de cinco marchas ou automática de seis velocidades.

Traseira do Fiat 500

Junto do motor flex, a gama do 500 ganhou bons equipamentos. E a versão Sport Air traz de série ar-condicionado, direção elétrica de dois estágios, controles de estabilidade e tração, airbags frontais e laterais, ABS com EBD, rádio/CD/MP3, computador de bordo, trio elétrico, apoio de braço central, volante revestido em couro com comandos do rádio, faróis de neblina, airbags laterais e cruise control. Essa configuração é a única a vir equipada com rodas de liga leve de 16 polegadas, com um design bastante moderno que dá um toque esportivo ao subcompacto. A versão Sport Air parte de R$ 51.690 com câmbio manual e R$ 55.910 quando equipada com a caixa automática.

Entretanto, os preços podem ir muito além disso com o pacote de opcionais – que deixam o “carrinho” ainda mais interessante. Por R$ 2.531, o Kit Luxury 1 torna o ar-condicionado digital e adiciona o sistema de áudio Blue & Me com Bluetooth, entradas USB e para Ipod e comando por voz. O pacote ainda inclui o som premium Alpine. Já o Kit Sport deixa o habitáculo mais requintado com bancos revestidos totalmente em couro, retrovisor interno eletrocrômico e teto solar elétrico. Para ter esses itens é preciso desembolsar R$ 3.701. Quanto à segurança, o Cinquecento é bem fornido, mas o Kit Safety dá ao compacto mais equipamentos ,como airbags de cortina e ainda uma bolsa de joelho para o motorista – o kit custa R$ 1.594. Com todas essas opções e ainda pintura metálica/perolizada, 500 Sport Air pode chegar a R$ 61.177 – com trocas manuais – ou R$ 65.397 com câmbio automático. Ter um “fun car” pode ser divertido para o ego, mas não para o bolso.

Detalhe do Farol

Ponto a ponto

Desempenho – A adoção do sistema flex fez o 500 Sport Air ganhar 2 cv quando abastecido com etanol. Mas esse acréscimo na potência dificilmente é percebido. O que não chega a ser ruim. O motor 1.4 litro de 105/107 cv continua a empurrar o compacto com decisão. E dotado do câmbio manual de cinco marchas, o 500 se torna um “brinquedo” interessante, com respostas rápidas e boa sensação de esportividade. Nota 8.

Estabilidade – O 500 é bem acertado nesse sentido. Apesar da calibragem macia da suspensão, o modelo permite um “tocada” mais dinâmica sem pregar sustos a quem dirige. As rolagens da carroceria são controladas e também há boa aderência. Nota 8.

Interatividade – Se “entender” com o Fiat 500 Sport Air é bem fácil. Os comandos vitais estão bem localizados. O primeiro fator de estranhamento é a localização da alavanca do câmbio – situada um pouco mais acima que em outros carros. Mas em pouco tempo o condutor se acostuma e efetua as trocas sem grandes problemas. O painel de instrumentos acumula todas as informações – velocidade, conta-giros, computador de bordo – em um só lugar. Algo esteticamente interessante, mas um tanto confuso. Nota 7.

Consumo – O Programa Brasileiro de Etiquetagem do InMetro não aferiu o Fiat 500 Sport Air quando equipado com transmissão manual. Mas o computador de bordo, no entanto, marcou uma média de 7,5 km/l quando abastecido com etanol, em trajeto predominantemente urbano. Nota 6.

Conforto – O teto solar elétrico opcional da versão testada até amplia a sensação de espaço. Mas no 500 Sport Air só os ocupantes dianteiros têm certa “folga”. O conjunto suspensivo consegue absorver os buracos e ondulações das ruas brasileiras e o isolamento acústico permite conversas no habitáculo sem demandar a elevação dos tons de voz dos ocupantes. Nota 8.

Interior do Fiat 500

Tecnologia – O 500 é pequeno, mas a lista de dispositivos e equipamentos é grande. Além do motor bicombustível, o carro conta, de série, com controle de estabilidade e de tração, controle de cruzeiro e pode ter até sete airbags. Ainda traz rádio com MP3 e entrada auxiliar. Tecnologias hoje indispensáveis, como entrada USB e Bluetooth, são oferecidas como opcionais. O modelo pode ser equipado com som premium Alpine e sensor de estacionamento traseiro. Nota 8.

Habitabilidade – O diminuto 500 Sport Air só incomoda na hora de botar alguém no banco traseiro. Além do acesso não ser dos melhores, o espaço permite apenas que duas crianças viajem com tranquilidade. O principal porta-objetos fica entre os bancos dianteiros e lá cabem carteira, celular e chave sem muitos problemas. Como de se esperar em um carro pequeno, o porta-malas leva apenas 185 litros. Nota 7.

Acabamento – É o grande diferencial do 500 em relação aos demais modelos da gama Fiat. Os plásticos usados demonstram qualidade e as peças do habitáculo possuem encaixes precisos. O opcional banco revestido completamente em couro, a grande peça no painel central em outro tom e os puxadores cromados dão um toque harmonioso ao interior. Nota 8.

Design – O Fiat 500 desembarcou em 2011. Mesmo após três anos de sua chegada, o “carrinho” ainda mostra fôlego visual. Na versão Sport Air, o design não sofre grandes alterações. O diferencial está nas rodas de 16 polegadas que dão um toque de jovialidade nas predominantes linhas retrôs do carro. Nota 8.

Custo/benefício – O 500 Sport Air não é um carro barato. Ele parte de R$ 51.690. Mas, como na maioria dos chamados “fun car”, a razão de compra nunca é monetária. Ele ainda pode chegar a R$ 61.177 com os pacotes de opcionais que englobam teto solar elétrico, som premium Alpine, ar-condicionado digital, bancos revestidos totalmente em couro, airbags de cortina e joelho para o motorista, sensor de estacionamento, rádio com Bluetooth/USB, além de pintura perolizada/metálica. É um carro para apenas duas pessoas, mas tem pontos a favor: é estável, tem bom desempenho, bem-acabado e charmoso. Com o preço cheio, o 500 Sport Air é cerca de R$ 2 mil mais caro que o “top” New Fiesta 1.6 Power Shift, que traz os mesmos equipamentos. Só que o modelo da Ford é equipado com motor 1.6 litro e a moderna transmissão automatizada de seis marchas e duas embreagens. Em comparação a outros modelos que chamam atenção pela sua “excentricidade” como Audi A1, Citroën DS3, Mini Cooper ou Smart Fortwo, a briga fica mais distante já que os concorrentes custam mais de R$ 70 mil. Se a intenção é sair da multidão, o 500 pode ser um bom recurso. Mas essa versão cobra demais por isso. Nota 6.

Total – O Fiat 500 Sport Air somou 74 pontos em 100 possíveis.

Fiat 500

Impressões ao dirigir

O 500 Sport Air é sempre um carrinho divertido de dirigir. O motor 1.4 litro MultiAir Flex de máximos 107 cv gosta de girar alto. Apesar de ganhar apenas 2 cv e 0,2 kgfm com etanol no tanque – em relação à gasolina, o torque agora é entregue às 3.850 rpm – ante as 4.250 rpm da configuração anterior. O resultado é um pouquinho mais de “esperteza” nas saídas – o que confere maior agilidade ao pequeno modelo. Essa característica aliada às enxutas dimensões dão ao 500 um comportamento bastante agradável na cidade – habitat natural do subcompacto.

De série em todas as três versões do 500, o botão “Sport” no painel central é um convite a uma direção mais esportiva. Quando acionado, o ajuste torna a direção elétrica mais firme e o propulsor fica mais “arisco” ao comando do pé direito no acelerador. Tudo exacerbado pela transmissão manual de cinco marchas com engates precisos. Ela estimula o condutor a exigir mais do subcompacto. Não que o 500 Sport seja uma “flecha” – leva 12,2 segundos para alcançar os 100 km/h –, mas é possível arrancar alguns sorrisos de quem está trás do volante.

Em curvas o carrinho também não faz feio. Ele segue a direção apontada sem riscos. Só quando as curvas são muito fechadas ou em momentos de maior exigência que o Cinquecento tende a “espalhar” e deixa escapar um pouco a dianteira. Nada que uma aliviada no pé do acelerador não resolva. Ainda existem os controles eletrônicos de tração e estabilidade de série, para ajudar a não fazer besteira. 

Lateral do Fiat 500

Ficha técnica

Fiat 500 Sport MultiAir 1.4 16V Flex

MotorGasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.368 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro, comando variável de válvulas na admissão e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial
TransmissãoCâmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração
Potência máxima107 cv e 105 cv a 6.250 rpm com etanol e gasolina
Torque máximo13,8 kgfm e 13,6 kgfm a 3.850 rpm com etanol e gasolina
Aceleração de 0 a 100 km/h12,2 segundos e 12,6 segundos com etanol e gasolina
Velocidade máxima180 km/h e 179 km/h com etanol e gasolina
Diâmetro e curso72,0 mm X 84,0 mm
Taxa de compressão11,7:1
SuspensãoMcPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores a geometria triangular e barra estabilizadora. Traseira do tipo semi-independente, eixo de torção, com barra estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade
Pneus195/45 R16
FreiosDiscos ventilados na frente e discos sólidos atrás. Oferece ABS com EBD e BAS
CarroceriaHatch subcompacto em monobloco com duas portas e quatro lugares. Com 3,54 metros de comprimento, 1,62 m de largura, 1,50 m de altura e 2,30 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais e laterais de série
Peso1.153 kg
Capacidade do porta-malas185 litros
Tanque de combustível40 litros
ProduçãoToluca, no México
Itens de sérieAr-condicionado, direção elétrica de dois estágios, controles de estabilidade e tração, airbags frontais e laterais, ABS com EBD, rádio/CD/MP3, computador de bordo, trio elétrico, apoio de braço central, volante revestido em couro com comandos do rádio, faróis de neblina, bancos parcialmente revestidos em couro e cruise control com piloto automático e rodas de liga leve de 16 polegadas
PreçoR$ 51.690
OpcionaisAirbags de cortina e de joelho para o motorista, pintura metálica/perolizada, revestimento total em couro, sensor de estacionamento, rádio com Bluetooth/USB, ar-condicionado digital e teto solar elétrico
Preço completoR$ 61.177

Autor: Raphael Panaro (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias