Picapes médias no Brasil são utilizadas de duas formas: as mais luxuosas como carro de passeio, as mais despojadas como veículos de trabalho. Neste contexto, as versões a diesel são brutas e caras para um uso civil, as fabricantes se aplicaram em disponibilizar motorizações mais suaves e em conta, como as versões flex. Não é diferente com a S10, que aposta em duas configurações, com quatro variações com motor flex – que respondem por 30% das vendas da picape.

Chevrolet S10 LTZ 2.5 Flex 4x4

A versão LTZ 2.5 Flex 4X4 ocupa o topo da gama para quem busca um motor flex, sempre acoplado a um câmbio manual de seis marchas. A marca ainda não disponibiliza câmbio automático para este tipo de motor. Seu trunfo é ser versátil. É mais “civilizada” que a versão diesel na cidade, com um comportamento mais dócil, suave e com menor nível de ruído. Enquanto na estrada tem um motor mais elástico, capaz de oferecer alguma esportividade. A diferença no motor, no entanto, cobra o preço na capacidade de carga, que é limitada a 817 kg nessa versão. Por outro lado, é R$ 40 mil a menos na hora de comprar.

Chevrolet S10 LTZ 2.5 Flex 4x4

Debaixo do capô, o motor é um 2.5 SIDI Flex. Tem injeção direta de combustível, duplo comando de válvulas continuamente variável e sistema de partida a frio sem o “tanquinho”. Com 197 cv e 26,3 kgfm de torque com gasolina e 206 cv e 27,3 kgfm quando abastecido com etanol, trabalha exclusivamente em conjunto com uma transmissão manual de seis marchas. A força é jogada diretamente para as rodas traseiras, mas há a possibilidade de tração 4X4 e reduzida através do seletor no console central.

Chevrolet S10 LTZ 2.5 Flex 4x4

Na fita métrica, são 5,36 metros de comprimento, 1,87 m de largura e 1,78 metros de altura, com diâmetro de giro de 12,7 m. A versão LTZ 2.5 Flex 4x4, sempre equipada com câmbio manual, custa a partir de R$ 121.990. Completa de fábrica, a picape não oferece opcionais, sendo a cor metálica o único acréscimo na conta final, totalizando R$ 123.640. Suas principais concorrentes são Ford Ranger Limited 2.5 Flex de 173 cv e câmbio manual de 5 marchas, que custa R$ 121.700 e Toyota Hilux SRV, que tem motor 2.7 Flex, acoplado a um câmbio automático de seis marchas e preço de R$ 131.750.

Chevrolet S10 LTZ 2.5 Flex 4x4

Por se tratar de uma versão topo de linha, a lista de itens de série é recheada. Vem com conjunto elétrico de travas e vidros, piloto automático, sistema multimídia MyLink, coluna de direção regulável em altura, rodas de liga leve de 18 polegadas, faróis tipo projetor, lanterna de leds, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, além da câmara de ré, bancos em couro, volante multifuncional, rack de teto, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em aclives e controle de declives.

Chevrolet S10 LTZ 2.5 Flex 4x4

Impressões ao dirigir

A atual S10 está no mercado desde 2012. E de lá para cá vem ganhando alguns recursos e requintes. O acabamento em couro da versão LTZ em responsável por boa parte dessa melhora de imagem. Está presente nos bancos, no console do painel e no apoio de braços entre os bancos dianteiros. Mas ainda sobraram muitos pontos com revestimento em plástico rígido. Eles podem até ser mais resistentes, mas não harmonizam com um carro que custa acima de R$ 120 mil.

Chevrolet S10 LTZ 2.5 Flex 4x4

O motor 2.5 flex, de até 206 cv, mostra ótimas virtudes para animar a S10. Ele tira a picape da inércia com bastante vigor e conversa bem com o câmbio manual de seis velocidades. As quatro primeiras marchas são próximas e permite tanto transitar em áreas urbanas sem exigir muitas trocas com ajuda na extração de uma certa agressividade quando se tem a pista livre. A quinta e a sexta funcionam mais como overdrive, para economizar um pouco. O que é até efetivo. Segundo o InMetro, esta versão faz 5,3 e 8,1 km/l na cidade com etanol e gasolina e 6,1 e 9,1 km/l na estrada.

Chevrolet S10 LTZ 2.5 Flex 4x4

A sensação ao volante da picape da Chevrolet é de domínio não só do entorno, mas do próprio carro. Isto porque a S10 evoluiu um bocado no acerto de suspensão. O conjunto é bem firme, o que deixa a picape mais controlável, sem prejudicar o conforto. O interior tem muito espaço para cabeças, ombros e pernas, mas o habitáculo só é generoso mesmo para os passageiros da primeira fileira, com bancos bastante ergonômicos. O banco traseiro tem um encosto verticalizado demais, o que torna cansativo para vem fica ali em trajetos demorados. Esse, aliás, é um mal que aflige quase todas as picapes médias.

Chevrolet S10 LTZ 2.5 Flex 4x4

Autor: Fabio Perrotta Junior (Auto Press)
Fotos: Eduardo Rocha/CZN