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Quando o Renault Logan chegou ao Brasil, em 2007, não tinha grande apelo visual. Apesar disso, emplacou uma média de 2.800 unidades mensais entre 2008 e 2009. Em 2011, o sedã desenvolvido originalmente pela marca romena Dacia atingiu a melhor média de vendas de sua história brasileira – 3.257 veículos/mês. Mas a oferta no segmento cresceu nos últimos anos. O Logan assistiu às chegadas do renovado Chevrolet Prisma e do inédito Hyundai HB20S – que “subiram o sarrafo” dos sedãs compactos. Em novembro último, a marca francesa tratou de atualizar sua oferta. E o profundo face-lift feito no Logan fez efeito rápido. Antes da mudança, a média do sedã nos dez primeiros meses de 2013 havia caído para 1.900 unidades. Em dezembro, primeiro mês cheio de vendas do modelo renovado, emplacou 2.690 carros. E o crescimento se confirmou em janeiro, quando o Logan alcançou exatas 3.089 unidades comercializadas. A ideia inicial da Renault era alcançar aos 2.300 veículos/mês. A explicação pode ser a ampla faixa de preço que o modelo abrange – de R$ 28.990 até R$ 43.200. Mas o Logan fica mais interessante na versão Dynamique – a sua etiqueta mais cara.

A configuração mais dispendiosa do sedã compacto da Renault parte dos R$ 42.100. É equipada de série com itens como abertura interna do porta-malas e da tampa de combustível, direção hidráulica com regulagem de altura – mas sem regulagem de profundidade –, controlador e limitador de velocidade de cruzeiro, rádio CD/MP3, entradas USB, auxiliar e para Ipod, Bluetooth, além do ar-condicionado. Rivais equipados a altura tem preço na casa dos R$ 45 mil, como Fiat Grand Siena Attractive, Volkswagen Voyage Highline e Toyota Etios XLS. Já Chevrolet Prisma e Hyundai HB20S ultrapassam a barreira dos R$ 50 mil. Outros dispositivos, como sistema Media Nav com GPS integrado e tela de 7 polegadas sensível ao toque, sensor de estacionamento e ar-condicionado automático, são oferecidos no Logan Dynamique como opcionais. Pelo menos os três equipamentos tem um preço “palatável”. É possível adquirir o “pacote”, chamado de Techno Pack Plus, por adicionais R$ 1.100. 

Na parte mecânica, o propulsor é o conhecido 1.6 litro 8V que já empurrava seu antecessor. Ele gera iguais 106 cv e 15,5 kgfm de torque quando abastecido com etanol e 98 cv e 14,5 kgfm com gasolina. Por enquanto, o trem de força é completado somente pela transmissão manual de cinco relações. A Renault deve apresentar um novo câmbio automático de seis marchas, mas só depois do Carnaval.

Visão geral do novo Logan Dynamique

As modificações no Logan tiveram como foco principal o visual. Na dianteira, as formas ficaram mais arredondadas. Visto de frente, o sedã ganhou um para-choque mais encorpado e envolvente. O conjunto óptico incorpora na mesma peça faróis de duplos refletores e luzes indicativas de direção. Na grade frontal, destaca-se um friso cromado e o grande símbolo da Renault com mais evidência – parte da atual identidade visual da marca. O capô ostenta dois frisos que descem em direção a cada um dos faróis e completam a remodelação na frente. A traseira é marcada por lanternas que avançam sobre as laterais do veículo com elementos geométricos que realçam as luzes de ré e de freio. A Renault manteve o logotipo no centro da tampa do porta-malas – ainda traz um vinco na horizontal que se passa facilmente por um mini aerofólio – e abaixo dele está inscrito o nome “Logan”. A versão topo de linha Dynamique também vem com uma moldura cromada, envolvendo os faróis de neblina, além dos repetidores de seta anexados aos retrovisores. Já a coluna central tem acabamento na cor preta. 

Outra alteração, não tão profunda, foi no design interior. Agora o quadro de instrumentos tem  iluminação na cor branca, para melhor visualização do condutor. Há três mostradores redondos: conta-giros e velocímetro analógicos e um mostrador digital, com indicador do nível de combustível, temperatura do líquido de arrefecimento e computador de bordo multifunções. Os bancos ganharam espumas mais espessas – entre 5 mm e 20 mm – para melhorar o conforto dos ocupantes. Na versão Dynamique, o banco traseiro é bipartido na proporção 1/3 e 2/3. Mas o destaque é mesmo o indicador de troca de marcha, que auxilia o motorista a aumentar ou reduzir nos momentos certos para efeitos na redução de consumo de combustível. Nos dias de hoje, uma pitada de “marketing” ecológico sempre cai bem.

Interior do Logan Dynamique

Ponto a ponto

Desempenho – O motor 1.6 do Logan é o mesmo de outrora. Os 106 cv que ele produz – com etanol – são honestos. Não se pode dizer que sobra vigor, mas o sedã acelera com disposição graças aos 85% de torque já disponíveis a 1.500 rpm e aos enxutos 1.070 kg. A transmissão manual de cinco marchas é até bem escalonada, mas a amplitude das trocas é longa e pode cansar o motorista em um trânsito mais pesado. Nota 7.

Estabilidade – A aderência do compacto ao solo é apenas adequada no caso de manobras mais agressivas. O sedã tende a sair de frente se a curva for feita em alta velocidade. Em ritmo mais civilizado, o comportamento é amigável. A suspensão macia filtra bem as imperfeições do piso, mas não chega a ser “molenga”. Nota 7.

Interatividade – Os comandos mais importantes do carro estão bem posicionados e o uso é intuitivo. A leitura do painel de instrumentos é clara, apesar dos números pequenos. A central multimídia de sete polegadas sensível ao toque é de fácil entendimento e conectar o celular ao Bluetooth do modelo não exige muitos minutos. A pegada do volante é que incomoda um pouco. A posição correta das mãos é atrapalhada pelos plásticos que trazem os comandos do controle de cruzeiro. Eles deixam a peça ligeiramente mais “grossa” e pouco ergonômica. Nota 8.

Consumo – O InMetro não testou novo Renault Logan na motorização 1.6 litro – apenas o 1.0. De acordo com o computador de bordo do sedã, o consumo em trecho urbano com etanol registrou apenas 6,0 km/l de média, sob calor inclemente e uso intensivo do ar-condicionado. Na estrada, beirou os 8,5 km/l. Nota 6.

Conforto – O intuito do Logan é servir à família. Por isso, os espaços destinados aos ocupantes continuam generosos, além da suspensão que privilegia os ocupantes. Os bancos da versão de topo Dynamique adotam o que a Renault chama de Cover Carving Technology, algo como “tecnologia de cobertura entalhada”. Essa técnica permite revestir o assento com um tecido de espuma densa, onde se pode fazer relevos. Nota 8.

Traseira do Logan Dynamique

Tecnologia – A profunda reestilização até chegou às bases do sedã. A Renault afirma que a plataforma traz 72% de novos componentes. Mas é uma arquitetura que já existe há 10 anos. O motor 1.6 também é mais que conhecido. Além do visual, o outro traço de modernidade é a nova eletrônica, que possibilitou a instalação do sistema de entretenimento Media Nav. Que vem apenas como opcional. Nota 6

Habitabilidade – Com o bom ângulo de abertura das portas, entrar e sair do Logan não exige grande ginástica – inclusive na parte traseira. Dentro, à frente da alavanca de câmbio, há dois porta-copos e, mais ao fundo, um lugar para objetos como celulares, carteiras e eventuais moedas. Mas a profundidade e a escuridão do nicho podem fazer o motorista esquecer os pertences ali e ter de voltar para buscar depois. O bagageiro engole 510 litros. Nota 8.

Acabamento – O interior não exala requinte, mas é bem de acordo com a proposta que o carro tem. As peças de plástico da unidade testada não apresentavam rebarbas aparentes, mas estavam “rangendo” em determinados momentos. O painel ganhou um desenho mais agradável e a moldura do sistema Media Nav traz acabamentos prateados e em black piano, assim como as saídas de ar centrais. Nota 7.

Design – A grande evolução do Logan. Saiu o visual “espartano”, típico dos veículos da Europa Oriental, que desembarcou por aqui em 2007 e mudou pouco em 2010. Entrou em cena a nova identidade internacional da Renault, adotada em seus recentes modelos. Os destaques sãos os remodelados conjuntos óticos – inspirados no Clio IV europeu – e a grade dianteira com o generoso símbolo da marca cravado no centro da peça. Melhorou consideravelmente. Nota 8.

Custo/benefício – A versão testada do Logan, a “top” Dynamique, custa R$ 42.100. O modelo ainda contava com  pacote de opcionais chamado Techno Pack Plus. Além dos R$ 1.100 adicionais, acrescentam três itens de conforto: o sistema Media Nav, sensor de estacionamento e ar-condicionado automático. Apontado como principal rival do Logan, o Fiat Grand Siena 1.4, equipado a altura, chega a R$ 45 mil – mesmo faixa de preço de outro rival, o Volkswagen Voyage. Com o Etios, a Toyota também chega aos R$ 45 mil, mas o sedã japonês vem com motor 1.5 e menos equipado. A Chevrolet cobra R$ 50.490 pelo Prisma LTZ e a Hyundai extrapola com o HB20S topo de linha com o dispostivo Blue Nav, a R$ 52.090. Nota 7.

Total – O Renault Logan Dynamique somou 72 pontos em 100 possíveis.

Detalhe da lanterna traseira

Impressões ao dirigir

“Acredite, é o Logan”, diz o primeiro comercial da Renault sobre o novo modelo. A própria peça publicitária veiculada pela marca francesa na televisão evidencia qual era o “problema” do modelo antecessor – que, apesar do design nada inspirador, obteve uma boa média de vendas. E esse foi o principal item em que a fabricante mexeu no modelo criado por sua subsidiária romena Dacia. O Logan atual tem visual moderno e mais a ver com os recentes veículos da Renault no mundo – muito graças à dianteira, que adota o “family face” da marca. A remodelação chegou em menor escala no interior. O habitáculo não perdeu o “ar” despojado que sempre o caracterizou e mantém os plásticos e superfícies duras. O Media Nav é o principal “hit” de modernidade, apesar da interface ser bem simples.

Com o carro em movimento, as mudanças não são tão profundas como as de design. O motor 1.6 litro tira o Logan do lugar sem grandes dificuldades. A transmissão tem bons engates, mas a alavanca repassa a vibração do propulsor para a mão do motorista – mesmo quando o carro está em ponto morto. Assim como no pedal da embreagem. Nas curvas, o Logan não é um carro para abusar. Quando isso acontece, ele trata logo de mostrar o limite. No dia a dia, o Logan se sai melhor. A Renault fez melhorias na acústica, mas o ruído do propulsor ainda invade a cabine com certa facilidade

Um “gadget” que realmente “vicia” no Logan – equipado com o Media Nav – é a combinação das funções eco-scoring e eco-coaching que o sistema traz. O primeiro dispositivo avalia a eficiência de condução do motorista por meio de dados como o momento certo para a troca de marchas, a regularidade da velocidade, o consumo e a quilometragem percorrida. Na tela de 7 polegadas, o sistema traz instantaneamente os números e oferece uma virtual “batalha” com o condutor, que fica de tempos em tempos olhando para o monitor para ver se está dirigindo de forma econômica. Para facilitar a visualização, o eco-scoring avalia a condução por meio de estrelas – onde cinco é o máximo. Já o eco-coaching é a “luzinha” mais obsediante do painel de instrumentos. Ela ajuda o condutor a aumentar ou reduzir as marchas no “timing” certo, com intuito de obter uma melhor performance na economia de combustível. No melhor estilo “video game”.

Detalhe do farol dianteiro

Ficha técnica

Renault Logan Dynamique

MotorA gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial
TransmissãoCâmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração
Potência máxima98 cv com gasolina e 106 cv com etanol a 5.250 rpm
Torque máximo14,5 kgfm com gasolina e 15,5 kgfm com etanol a 2.850 rpm
Diâmetro e curso79,5 mm x 80,5 mm
Taxa de compressão12,0:1
SuspensãoDianteira do tipo MacPherson, com triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira semi-independentes, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais com barra estabilizadora. Não oferece controle de estabilidade
Pneus185/65 R15
FreiosDianteiros com discos sólidos de 259 mm de diâmetro. Traseiros com tambores de 178 mm de diâmetro com direção mecânica
CarroceriaSedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,35 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,53 m de altura e 2,64 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais
Peso1.070 kg, em ordem de marcha
Capacidade do porta-malas510 litros
Tanque de combustível50 litros
ProduçãoSão José dos Pinhais, no Paraná
Itens de sérieBancos com tecnologia CCT, rodas 15 polegadas em liga leve, faróis de neblina, vidros elétricos traseiros, piloto automático, limitador de velocidade, indicador de troca de marcha, comando elétrico dos retrovisores,  banco rebatível 1/3 e 2/3, volante revestido em couro, airbag duplo, freios ABS com EBD, brake light, aberturas internas do porta-malas e reservatório de combustível, ar-condicionado, direção hidráulica, rádio CD/MP3/USB/Bluetooth, travas elétricas das portas, computador de bordo, ar quente, desembaçador traseiro, retrovisor e maçanetas externas na cor carroceria, coluna B com acabamento em preto
PreçoR$ 42.100
Preço completoR$ 43.200

Autor: Raphael Panaro (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias