O sucesso dos SUVs no Brasil é inegável. Enquanto as vendas de carros de passeio caíram cerca de 2% no primeiro quadrimestre de 2017, em relação ao mesmo período de 2016, os emplacamentos dos utilitários esportivos subiram em torno de 23% entre janeiro e abril de 2017. E boa parte desses 112.057 exemplares totais comercializados estão na categoria compacta, repleta de representantes espalhados por diversas fabricantes que atuam no país. Algumas, inclusive, com mais de um modelo em seu line up. E com tantas opções e características diferenciadas entre elas, não é fácil decidir qual dos SUVs menores é o mais atraente entre os existentes – a liderança, no entanto, é do Honda HR-V, com 14.753 destes emplacamentos totais. 

A Honda, no entanto, não se deu por satisfeita e lançou, recentemente, o WR-V, crossover menor que o HR-V e baseado no monovolume Fit. O Hyundai Creta, vendido no Brasil desde janeiro, já roubou o terceiro lugar do Kicks e se aproxima cada vez mais do Jeep Renegade – o único do grupo com opção de motorização diesel. O Chevrolet Tracker não ameaça tanto os rivais, mas esbanja vigor com seu propulsor turbo 1.4 e câmbio automático de seis marchas. Turbinado também é o 2008, na configuração de topo Griffe THP, mas só perde o pedal da embreagem com o motor aspirado 1.6 de 122 cv. Ford EcoSport, que foi líder por anos no segmento, aguarda uma renovação, prevista ainda para este ano, e o Renault Duster, outro veterano, agora divide as atenções da Renault com o “descolado” Captur. 

SUVs compactos que se destacam no Brasil

Chevrolet Tracker – O modelo ganhou traços mais elegantes em sua reestilização, promovida no fim do ano passado. Mas seu principal diferencial foi a adoção novo motor 1.4 turbo flex de 153 cv de potência e 24,4 kgfm de torque. O propulsor é o mesmo que equipa os hatch e sedã médios Cruze, trabalha em conjunto com a transmissão automática de seis velocidades e cumpre zero a 100 km/h em 9,4 segundos. Atualmente, é o único da categoria com turbocompressor e sem pedal de embreagem. O preço, a partir de R$ 81.990, chama atenção pelo trem de força vigoroso e econômico – ganhou nota A do InMetro em sua categoria.

Chevrolet Tracker

Ford EcoSport – Passou anos na liderança do segmento e, verdade seja dita, foi o primeiro a se modernizar, em 2013. Uma reestilização é esperada para breve, o que pode favorecer algum crescimento em relação à concorrência. O preço, a partir de R$ 72.800, o torna mais acessível para consumidores de versões topo de linha de hatches e sedãs compactos. Mas há outro diferencial no modelo: conta com variante com tração integral, a Freestyle 4WD 2.0, por R$ 91 mil.

Ford EcoSport

Honda HR-V – Foi o responsável pela derrocada do Ford EcoSport na liderança do segmento e pioneiro na movimentação de investimentos das marcas em novos projetos de SUVs compactos no Brasil. O motor 1.8 é o mesmo que equipava as versões de entrada da geração anterior do sedã médio Civic, um 1.8 de 140 cv que pode ser acoplado a um câmbio manual ou a um CVT. O design moderno chamou bastante atenção em seu lançamento, ao inserir uma pitada de elegância em um segmento dominado até então pela ideia de robustez. É o que mais vende – principalmente pela credibilidade conquistada pela Honda entre os brasileiros. A marca lançou ainda, recentemente, o menor WR-V, que utiliza a mesma base do Fit e é, na verdade, um contra-ataque às configurações de entrada de alguns concorrentes, com preço entre R$ 79.400 e R$ 83.400, sempre com transmissão CVT e motor 1.5 de 116 cv.

Honda HR-V

Hyundai Creta – O modelo tem plataforma que deriva do sedã Elantra e pode receber motor 1.6 flex – o mesmo da linha HB20, mas recalibrado para chegar a 130 cv, 2 cv a mais – ou 2.0 de 166 cv, ambos com nota A no Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) do InMetro. Os preços ficam entre R$ 72.990,00 e R$ 99.490, de acordo com a versão, e o modelo parece bater de frente com o Nissan Kicks, que já está abaixo do concorrente da marca coreana no ranking de vendas. A julgar pelo bom desempenho do HB20 no país, o Creta tem tudo para incomodar mesmo os rivais.

Hyundai Creta

Jeep Renegade – O SUV pernambucano, fabricado na cidade de Goiana, chegou ao mercado provocando um grande rebuliço no setor automotivo. A Jeep adotou uma estratégia fortemente utilizada pela Fiat: misturar motorizações e pacotes diferentes para criar várias versões, atuando assim em diferentes faixas de preço. O principal diferencial é a possibilidade de motor 2.0 turbodiesel com tração integral, a partir de R$ 115.990 na variante Sport.

Jeep Renegade

Lifan X60 – A fabricante chinesa aposta na mesma estratégia de suas conterrâneas no Brasil: surpreender no preço baixo. O X60 tem motor 1.8 de 128 cv e começa em R$ 63.490, mas chega a R$ 67.490 na configuração mais cara, a VIP. Em breve, no entanto, passará por alterações no Brasil e vai ganhar visual mais moderno e opção de um câmbio CVT. Para quem quer um SUV, não pretende gastar muito e não tem medo de perder demais na revenda do modelo, é uma porta de entrada na categoria.

Lifan X60

Nissan Kicks – A marca nipônica fez o lançamento mundial do Kicks enquanto patrocinava as Olimpíadas do ano passado, realizadas no Rio de Janeiro. O carro tem porte atraente, mas adota o mesmo propulsor 1.6 16V flex presente no hatch March e no sedã Versa, rendendo 114 cv – é um dos desempenhos mais fracos dessa categoria –, e transmissão CVT. Com isso, o preço inicial de R$ 84.900 torna-se pouco convidativo.

Nissan Kicks

Peugeot 2008 – O modelo parte de R$ 72.990 e pode ser equipado com motor 1.6 de 122 cv ou um 1.6 turbo THP de 173 cv, nesse caso apenas com transmissão manual e preço de R$ 87.990. A plataforma é a mesma do 208 e, entre os concorrentes, é sem dúvidas o que mais se destaca na questão do acabamento. Não chega a ser 4X4, mas seu controle de tração e estabilidade traz cinco modos de direção, um deles o chamado Grip Control, que favorecem a movimentação em algumas situações de fora do asfalto.

Peugeot 2008

Renault Captur – O modelo tem visual mais moderno por fora, mas na verdade é uma espécie de Duster menos robusto, mais elegante. Para diferenciá-los, a marca francesa adotou “mimos” como chave presencial ao novo carro, além de controles dinâmicos de tração e estabilidade – inexistentes em qualquer configuração do Duster. Por outro lado, o modelo não tem versão 4X4, característica que coloca o Duster como opção para quem quer, de fato, uma aventura off-road com um SUV compacto. O Captur é pouco mais caro que o Duster – entre R$ 78.900 e R$ 88.490, contra os R$ 86.620 do Duster Dynamique 4X4.

Renault Captur


Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Divulgação